Forests4Farming: uma rede internacional de apoio mútuo

Conheça a Forests4Farming (ou Florestas para a Agricultura), instituição sem fins lucrativos criada para ensinar sobre a implantação e manejo de agroflorestas reais, com agricultores profissionais, que produzem floresta e comida ao mesmo tempo, tudo explicado nos mínimos detalhes para que todos possam ter a independência a as florestas que o mundo precisa.

Fonte: CEPEAS / Youtube

Café: um futuro possível para o Brasil e para o mundo

O descontrole do clima se torna mais evidente a cada ano. Muitas regiões do mundo, que por séculos foram locais propícios para diversas culturas agrícolas, sofrem agora com as mudanças climáticas e estão se tornando áreas impróprias para agricultura. Quando uma região chega nesse ponto, o próximo passo é a expulsão dos seres humanos desse lugar, e assim nossa civilização criou milhares de quilômetros de desertos. Precisamos despertar e agir, vivemos uma urgência climática que clama por socorro.

Fonte: CEPEAS / YouTube

Cultivo de tomate orgânico consorciado com coentro em estufa agrícola promove sustentabilidade no Brejo paraibano

Sustentabilidade, cuidado com o meio ambiente, manejo adequado de culturas, combate a pragas e produtos saudáveis. Com essas características um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), Câmpus II da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado em Lagoa Seca, tem mostrado como o conhecimento pode mudar a realidade da região, ajudar a identificar, manejar pragas e doenças, além de promover a sustentabilidade a partir do cultivo orgânico de tomate.

Resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Agroecologia, a pesquisa consiste no cultivo de tomate orgânico consorciado com coentro em ambiente protegido (estufa agrícola) na area Agroecológica. O projeto é desenvolvido pela estudante de Agroecologia, Maria Valdeane Caetano da Silva, orientado pela professora Elida Barbosa Corrêa e conta com muitos colaboradores, entre discentes e técnicos(as) administrativos(as) da Universidade.

A pesquisa faz parte dos estudos quanto a produção agroecológica de alimentos realizados pelo Grupo de Pesquisa Agrobiodiversidade do Semiárido, coordenado pela professora Elida Barbosa. A primeira colheita do plantio superou as expectativas de toda equipe. O tomate, conforme explicou a docente é uma das hortaliças mais consumidas e também uma das mais contaminadas por resíduos de agrotóxicos, pelo uso intensivo de agrotóxicos no ciclo da cultura.

Diante da problemática de saúde coletiva devido à contaminação por agrotóxicos, pesquisas vêm sendo realizadas na UEPB e em propriedades rurais do Agreste, Cariri e Seridó paraibano desde o ano de 2019, com a aprovação do Centro Vocacional Tecnológico Agrobiodiversidade do Semiárido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Conforme explicou a professora Elida, os estudos realizados pelo grupo de pesquisa evidenciaram a broca como principal praga da cultura, causando perdas de até 90% da produção em campo aberto. No entanto, a mariposa, que coloca o ovo na flor do tomateiro, onde eclode a larva e penetra no fruto jovem, não consegue passar pela tela da estufa, sendo o cultivo protegido como uma forma de controle da praga.

No experimento de produção de tomate orgânico está sendo avaliada a capacidade de bactérias benéficas (Bacillus spp.) quanto à promoção de crescimento e de produção das plantas. O estudo é pioneiro na região, visto que está sendo utilizado o tomate híbrido, que tem elevada demanda nutricional, e o manejo das doenças e pragas em ambiente estressante para o desenvolvimento da planta, com temperaturas de até 48 graus.

O cultivo do tomateiro está sendo realizado com irrigação por gotejamento, aplicação de biofertilizante, húmus líquido, calda bordalesa e calda de cal e cinza para o controle de doenças. Uma aplicação foi feita para o controle de ácaro branco com óleo de nim. A pesquisa, segundo a professora Elida, demonstrou que apesar dos desafios e pontos a serem melhorados no cultivo, quanto à nutrição e manejo de doenças, é possível produzir tomate orgânico de elevada qualidade em estufa agrícola no Agreste paraibano.

Fonte: UEPB

Plataforma de inteligência agroflorestal promete transformar setor

A Courageous Land lançou nesta terça-feira (25) sua nova plataforma de inteligência agroflorestal durante a Semana do Clima de Nova York. A iniciativa promete transformar o setor ao oferecer suporte completo a proprietários de terras e organizações para implementação de sistemas agroflorestais.

A proposta da plataforma é fornecer diagnósticos, planejamento, financiamento, assistência técnica e acesso ao mercado para produtos e créditos de carbono. Além disso, a ferramenta também apoia empresas parceiras no processo de descarbonização de suas cadeias produtivas. Com o apoio financeiro de R$ 6 milhões do Fundo Vale, o objetivo é aprimorar a tecnologia e expandir o capital humano necessário para sua operação.

A empresa está em discussões com a ONU para implementar projetos de restauração em larga escala na Mata Atlântica, começando com 100 mil hectares e com potencial de expansão global para milhões de hectares. Segundo a Courageous Land, as agroflorestas desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas, na segurança alimentar e na preservação da biodiversidade, além de contribuírem para a redução da pobreza.

As agroflorestas contribuem para mitigar as mudanças climáticas, aumentar a segurança alimentar, manter a biodiversidade, além de apoiar a retirada das pessoas da pobreza.

“A agrofloresta, quando implementada em larga escala, é a única solução que conheço que pode simultaneamente enfrentar as mudanças climáticas, a pobreza, a segurança alimentar e hídrica, e a perda de biodiversidade, ao mesmo tempo em que oferece retornos financeiros atraentes. Agradecemos a doação e a parceria com o Fundo Vale para escalar as agroflorestas o mais rápido possível, e alcançar nossa missão de mitigar as mudanças climáticas”, diz Philip Kauders, CEO e cofundador da Courageous Land.

O grande diferencial da plataforma é unir tecnologia e capital humano para apoiar todas as fases da implementação de agroflorestas, desde a identificação de áreas até a comercialização de produtos.

O mercado global para as soluções agroflorestais é vasto. No Brasil, onde a agricultura é responsável por mais de 70% das emissões de CO2, a conversão de 90 milhões de hectares de pastagens degradadas em agroflorestas poderia gerar bilhões de dólares em receita, além de sequestrar grandes quantidades de carbono da atmosfera.

Gustavo Luz, diretor executivo do Fundo Vale, destacou que a parceria com a Courageous Land é uma continuidade dos esforços da Vale para promover uma economia florestal mais sustentável e inclusiva. Ele afirmou que a plataforma é uma ferramenta essencial para acelerar a escala de agroflorestas, conectando produtores a mercados e financiamento, e gerando valor compartilhado por meio do uso sustentável do solo.

A parceria também contribui para a Meta Florestal da Vale, que tem como objetivo recuperar e proteger 500 mil hectares até 2030. Destes, 100 mil hectares serão destinados à restauração de áreas degradadas. Até o momento, a Courageous Land já contribuiu com 82,45 hectares, com planos de atingir 10 mil hectares até o fim da década.

O evento de lançamento foi organizado pela UpLink, plataforma de inovação do Fórum Econômico Mundial. A Courageous Land foi reconhecida como um “Top Innovator” e o Fundo Vale como um “Top Investor”, exemplificando o impacto positivo que a união de tecnologia e investimentos pode gerar no combate às crises climáticas e ambientais.

Fonte: ECOA Uol

Agroforestry Carbon capta R$ 1 milhão para vender serviços das agroflorestas do Brasil na Europa

Na corrida pela diminuição de gases de efeito estufa na atmosfera, grandes iniciativas de regeneração florestal vêm despontando no Brasil, movimentando bilhões de reais em créditos de carbono em uma verdadeira indústria de plantio de árvores nativas. Paralelo a esse movimento, startups de sistema agroflorestal complementam o cenário com projetos focados no impacto, melhorando a qualidade de vida de agricultores com áreas menores, produzindo alimentos de alta qualidade e movimentando milhões de reais.

A Agroforestry Carbon é um exemplo deste nicho e seu potencial de crescimento rápido. A empresa pulou de um faturamento inicial de R$ 56 mil em 2022 para R$ 2,5 milhões no ano passado, e agora arrisca uma expansão na Europa em busca de clientes com cheques maiores.

Em vez de seguir o caminho dos créditos de carbono, que requer investimentos de milhões na aprovação de projetos, compra de áreas e capacitação de pessoal, por exemplo, a startup com base em Santa Catarina se coloca como um intermediador entre empresas que precisam compensar suas emissões e agricultores com prática comprovada em sistemas agroflorestais (SAF). Atualmente são quase 500 propriedades rurais parceiras, produzindo sete toneladas de alimentos ao ano. A meta é chegar a 70 mil agricultores cadastrados até 2030.

Ano após ano, estudos vêm enfatizando a produtividade da agrofloresta. Neste mês de agosto, o Instituto Escolhas publicou pesquisa que aponta que apenas na parte degradada de terras indígenas no país (1,3 milhão de hectares), os SAFs gerariam uma receita anual de R$ 153 bilhões em produtos agrícolas como frutas e legumes, com potencial de produção de 10 milhões de toneladas de alimentos por ano. O Brasil tem a meta de recuperar 12 milhões de hectares de florestas degradadas até 2030.

Raio-X Agroforestry Carbon

  • 470 propriedades agroflorestais parceiras
  • 205 famílias de agricultores impactadas
  • 387 hectares de sistemas agroflorestais
  • 280 mil árvores plantadas
  • 583 espécies diferentes de plantas
  • 6.996 toneladas de alimentos

Mais R$ 1 milhão em caixa

Agosto foi o mês de conclusão da primeira rodada de investimento da startup, que finalizou arrecadando R$ 1,08 milhão, vindo de 101 investidores diferentes. A empresa optou por uma modalidade de investimento em que os interessados podiam entrar no negócio com aportes pequenos, a partir de R$ 1.000.

A opção mirou um investidor que, além do lucro, buscasse também uma motivação maior. “Várias pessoas questionaram a escolha de financiamento, mas acho que foi uma escolha muito legal, pois quando a gente fala de impacto, ter pessoas advogando pela causa é muito importante”, explica a diretora de operação, Clara Johannpeter.

Esse dinheiro é o segundo aporte da história da empresa, que operou em seus dois primeiros anos com o investimento-anjo de R$ 300 mil da Regenera Ventures, investidora ligada ao grupo Viva Regenera, de produtos de origem natural. O CEO da Agroforestry, Gabriel Neto, literalmente bateu na porta dos investidores durante um passeio de bicicleta em Palhoça (SC), sem saber exatamente do que se tratava. Viu a palavra “regenera” no letreiro, pensou que ia achar um cliente, e acabou com seu primeiro investidor.

A verba dos novos investidores deve estruturar o aumento de escala nos negócios da empresa, que pretende expandir sua atuação para 100 mil hectares até 2030, com potencial de produção de 900 mil toneladas anuais de alimentos e um plantio total de 10 milhões de árvores. A Europa é um passo importante nesse caminho, explica Neto. “É onde vamos nos transformar em unicórnio”, aposta, com uma agenda que inclui pítches em bancos, instituições de governos e também ONGs na Holanda, primeiro mercado aberto pela startup no Velho Mundo. A ideia é compensar no Brasil o carbono emitido por companhias europeias, trazendo esse recurso para os pequenos agricultores parceiros.

Quatro frentes de negócio

O mais recente produto da empresa, em fase de desenvolvimento no time de tecnologia, é o rastreamento dessa cadeia de suprimentos que todo o projeto da Agroforestry Carbon ajuda a fomentar. Uma vez que possui controle digitalizado sobre tudo que produz em suas agroflorestas, o próximo passo será acompanhar esses alimentos colhidos e explorar oportunidades comerciais, que podem estar tanto na medição de emissões de escopo 3, por exemplo, para empresas que querem cortar o impacto também de seus fornecedores, quanto entregar produtos ao consumidor com garantia de origem, com a possibilidade de selos atestando a neutralidade de carbono, por exemplo, além do cultivo orgânico.

“Falar em cadeias produtivas é importante, pois precisamos de empresas consumindo e fazendo produtos de floresta, e não de monocultura. Quando a gente fala de cadeia, fala na verdade de gerar incentivos econômicos para que a floresta fique em pé, para que as pessoas vivam de floresta. Quanto mais marcas fazendo produtos com matéria-prima de floresta, e não fontes esgotáveis, mais florestas vamos ter preservadas, por isso trazer o supply chain, temos que conectar a indústria e gerar matéria-prima de florestas para gerar produtos florestais”, analisa Johannpeter.

A Agroforestry Carbon entrou no mercado como provedora de projetos de compensação, administrando serviços florestais, no caso, os SAFs, pagos por companhias que precisam abater suas emissões de gases intensificadores do aquecimento global e dos eventos extremos das mudanças climáticas. Além de fornecer agroflorestas com selo de certificação, em que todo esse processo é auditado e certificado, a startup faz o levantamento das emissões das companhias clientes, e assim oferece projetos que equivalem ao impacto ambiental negativo registrado. A equipe atende ainda a projetos personalizados, sob encomenda.

“É importante salientar o foco em resolver problemas crônicos de desigualdade, uma crise alimentar pior que a climática, em que ficamos ou sem comida ou com comida envenenada. É algo que atinge a todos, independentemente da classe social, e a agrofloresta trabalha as duas crises em suas duas frentes, social e ambiental”, destaca o CEO.

Desafio da credibilidade

O mercado de soluções baseadas na natureza, especialmente no nicho do crédito de carbono, vem sendo questionado há anos, pela dificuldade em medir seu impacto real na diminuição de gases estufa, ou ainda por ser uma forma de empresas poluidoras pagarem seus “pecados” sem de fato, diminuírem suas emissões.

Escândalos no Brasil, como a recente descoberta de uma quadrilha que teria movimentado R$ 180 milhões usando terras públicas na Amazônia, abalam a confiança e o bolso de investidores, enquanto analistas afirmam que há um lado bom, quando as más práticas são reveladas e coibidas.

No caso da Agroforestry Carbon, a qualidade dos créditos oferecidos, que seriam melhor enquadrados como créditos de sociobiodiversidade, considerando redução de emissões e também a geração de impacto social e na produção de alimentos saudáveis, é feita a partir de investimento em tecnologia.

A startup mantém uma equipe dedicada ao monitoramento de dados geoespaciais, que analisa a evolução das agroflorestas cadastradas usando imagens de satélite, que permitem também analisar possíveis irregularidades de terreno, como instruções em áreas indígenas e terras públicas. A análise de documentação de parceiros em potencial compõe o processo de cadastro, que conta também com times contratados para atender todas as regiões e biomas do Brasil, sendo que a empresa atua em todos. “Sabemos a data do plantio, espécies, nome do agricultor, da propriedade, dados futuros de incremento de biomassa, índice de vegetação, análise da propriedade, cadastro rural, tudo que possa dar credibilidade”, explica Neto.

“Nossa diferença é que nosso foco é impacto, valor real, economia real, e colocar recursos financeiros, educacionais e emocionais para quem realmente está regenerando, em vez de fazer grandes áreas. Sempre temos coisas para ser melhoradas, e a tecnologia está ajudando com rastreabilidade e confiança”, avalia a diretora de operações.

Fonte: Portal Um Só Planeta

Live Agroflorestas Brasileiras: Terra Planta Orgânicos

Entrevista realizada pela Ecoar Agrofloresta com Eduardo Carrica, que junto com sua esposa Gabriela Scolari, são o coração da Terra Planta Orgânicos. @terraplantaorganicos

A Terra Planta é referência em Sistemas Agroflorestais no Sul do Brasil. Além de produzir hortaliças, frutas e madeira, tem agora como foco a produção de café sombreado em larga escala em sistema agroflorestal. É uma das 20 salas de aulas do MAIS (Movimento de Agroflorestores e Inclusão Sintrópica) no Brasil.

Já recebeu professores como Juã Pereira, Nat Muguet, Cobi Shalev, Namastê Messerschmidt e Ernst Gotsch. Ao todo são mais de 15 cursos, e esse ano seriam realizados 23 eventos relacionados a alimentação, educação e agrofloresta.

Fonte: Canal Ecoar Agrofloresta / YouTube

Aprenda a plantar uma agrofloresta com foco em hortaliças

Neste vídeo, você vai acompanhar a implantação de um sistema agroflorestal voltado para hortaliças, dividido em 8 partes:

  1. Introdução ao sistema agroflorestal
  2. Bosqueamento da área
  3. Limpeza da área
  4. Preparo do solo e adubação
  5. Marcação dos canteiros
  6. Preparo dos canteiros
  7. Cobertura do solo
  8. Plantio das hortaliças

Fonte: Canal Ecoar Agrofloresta / YouTube

Plantar capim para não ter capim na agrofloresta

Você já ouviu falar em ‘Plantar capim para não ter capim?’

Essa prática consiste em plantar uma espécie de gramínea nas entrelinhas do sistema e usá-la para a produção de biomassa.

O capim cortado é usado como cobertura nas linhas de árvore e os seus benefícios são:

  • Mantém o solo úmido por mais tempo
  • Ajuda no controle do aparecimento de ervas espontâneas
  • Abriga milhares de espécies vivas no solo, que contribuem para diversos processos de vida
  • Devolve nutrientes importantes para o solo por meio da sua decomposição
  • Acelera processos de crescimento por meio dos cortes frequentes.

Fonte: Canal Ecoar Agrofloresta / YouTube

Agricultura sintrópica: onde o cultivo está em sintonia com a natureza

O fruto não cai longe do pé. Ao fazer valer o dito popular, o agrofloresteiro Namastê Messerschimidt repete a história do pai, um alemão criado no nordeste brasileiro, que começou a plantar respeitando os ciclos da natureza e devolvendo ao solo aquilo que produz. Baseado nessa lógica, o paulista que aprendeu a semear aos 16 anos está rodando o mundo para ensinar a técnica da sintropia e, com ela, instigar produtores rurais a repensarem a sua relação com o ambiente.

De facão em punho, ele corta, capina e revolve a terra. A lógica é nutrir sem aditivos. Em plantio associado com árvores – agrofloresta –, as mudas seguem o ciclo e cada planta só pode dá fruto na época ditada pela natureza. Para manter o solo úmido, usa cobertura de folhas e material decomposto.

– A agrofloresta tem a cara de seu dono. Trará frutos de acordo com os cuidados que a ela foram destinados – diz o agricultor que já estagiou com índios do Xingu e hoje é consultor da Fazenda Da Toca, de propriedade do ex-piloto e empresário Pedro Paulo Diniz, e do Instituto Socioambiental (ISA).

Namastê é um dos disseminadores do conceito criado pelo suíço Ernst Götsch, que coloca a árvore como componente decisivo na produtividade. A sintropia recupera solos seguindo a lógica de nutrir a plantação com biomassa da poda de árvores do próprio terreno.

Na Europa, Götsch estudou e trabalhou com melhoramento vegetal até a década de 1970, antes de vir ao Brasil e encontrar araucárias centenárias sendo derrubadas para dar lugar a lavouras de soja. Anos depois, o cientista voltou e, em parceria com donos de fazendas, trabalhou até ter sua própria terra e fazer dela um laboratório experimental. Passados 15 anos, a propriedade, em Piraí do Norte, na Bahia, deixou de ser infértil para dar lugar a 350 hectares de reserva particular de patrimônio natural, 120 hectares de reserva legal e 10 hectares de lavouras.

A fazenda, além de gerar alimento para a família, serve de exemplo para pesquisas e estudos internacionais. São 3,5 mil quilos de cacau por safra, produto de maior qualidade exportado com valor quatro vezes superior ao tradicional. O destino é a Amedei, na Itália, fabricante de um dos melhores chocolates do mundo. Antes chamada Fugidos da Terra Seca, a área recuperou fauna e flora e reativou mananciais hídricos, o que a fez ser rebatizada como Fazenda Olhos D´água. Dizem ainda que a presença de árvores e biodiversidade também “produziu” chuva, mudando o microclima do local.

– Buscamos a otimização de processos de vida de todo o ecossistema. E trabalhamos para que a nossa participação se transforme em fator benéfico e enriquecedor para o macroorganismo Planeta Terra – diz o suíço.

Foi nesse ambiente que Namastê entendeu que manter a agrofloresta produtiva é como fazer a própria casa funcionar:

– Se cuidar bem, tratar, arrumar, tudo dá – afirma.

O local onde a cooperação é diretriz para a produção de alimentos serve de berço para o aprendizado de novos empreendedores da sustentabilidade agrária.

Meta é produzir em larga escala

Felipe Villela, 24 anos, estudante paulista criado no Rio Grande do Sul, pretende aplicar a tecnologia em sistemas agroflorestais. Criador do projeto Foodrone, planeja usar drones para a dispersão de sementes (aos moldes do americano Lauren Fletcher, da BioCarbon Engineering). Após viagem para a Amazônia, deixou o curso de Engenharia na UFRGS para ir à Holanda aprender técnicas de plantio. Agora, junto com colegas e incentivo do governo holandês, testará o uso da água em um hectare na cidade de Den Bosch, e ver como a sintropia evita os efeitos das mudanças climáticas.

Na Europa Vilella teve contato com Götsch. Seu propósito agora é usar a tecnologia para viabilizar a agricultura sintrópica em larga escala, e com isso, buscar recursos estrangeiros para desenvolver projetos no Brasil.

– Eles estão mais conscientes lá fora, entendem que a economia não existe sem os recursos naturais. Aqui, as pessoas ainda apresentam resistência a essa corrente por colocarem o lucro na frente – afirma o estudante.

Fonte: Zero Hora

Consumidor é conscientizado a valorizar trabalho realizado em campo

Plantar respeitando os ciclos da natureza e devolvendo ao solo parte do que ele produz. Baseado nessa lógica, a técnica da sintropia instiga produtores rurais e consumidores a repensarem a sua relação com o ambiente.

Foi de fora do país que a arquiteta Ana Livi e o administrador Mauro Weber Rosito trouxeram a vontade de dedicar-se à terra. Fundadores do sítio Arvor(e)Ser e do clube orgânico Horta Alegre, viabilizam o cultivo sintrópico de alimentos com a cultura de relacionamento com os consumidores – a Community Supported Agriculture (CSA). Após viajarem por países da África e da Ásia, fincaram raízes na propriedade da família no bairro Aberta dos Morros, zona rururbana (ocupação urbana mesclada com produção primária) da Capital, e lá vivem da agroecologia.

Aos poucos, aplicam o que aprenderam e, por meio de cursos de eco alfabetização, ensinam outras pessoas. Foi lá que Namastê Messerschimidt compartilhou seus conhecimentos durante aula para estudantes e agricultores do Estado, no final de julho. E é lá também que eles tentam reinventar a agricultura para criar a filha Ananda, 10 meses, e experienciar um estilo de vida mais natural.

– Não abrimos mão da tecnologia, mas vivemos no campo, onde é possível fazer essa reconexão pelo alimento. Queremos mudar a cara do consumo na cidade, e mostrar que esse estilo de vida é possível – disse Ana, durante palestra no festival de inovação Black Sheep Project.

Eles já começaram a colher os frutos. Criada há nove meses, a iniciativa tem 30 associados, para quem realizam entregas de cestas semanais em cinco diferentes pontos da cidade. Atualmente, os kits incluem hortaliças, temperos, frutas da estação e flores comestíveis. Tudo fresco e orgânico.

Como funciona

  • Na produção sintrópica, a árvore é decisiva na produtividade recuperação do solo.
  • A regeneração segue a lógica de nutrir a plantação com biomassa da poda das árvores do próprio terreno.
  • Papel do agricultor: O produtor é um dispersor de sementes, encaminhador e catalizador de processos favoráveis ao macroorganismo.
  • Perfil dos produtores: A maioria dos agrofloresteiros são pequenos e médios, mas os grandes também estão começando a se interessar pelo conceito.
  • Interesse crescente: A Agenda Götsch é a entidade que dissemina o conhecimento do suíço Ernst Götsch.

Saúde pela boca

Um dos associados e motivadores do Horta Alegre é o consultor de negócios Eduardo Tremarim que, a partir de um problema de saúde em 2014, buscou entender sobre como os alimentos chegavam a sua mesa. O primeiro passo foi buscar um local para produzir. Depois, ajudou a criar o sistema onde o consumidor compromete-se com o trabalho do agricultor a longo prazo, inspirado no CSA:

– Os associados devem permanecer, pelo menos, cinco meses, que é o tempo dos ciclos. É um meio inovador que envolve saúde, praticidade, consciência e logística.

O contato com a agricultura sintrópica trouxe para Tremarim novidades que ele aplica na horta do apartamento onde mora, no bairro Bela Vista, e na casa da família, em Nova Prata.

– Entendo que a sintropia é a tentativa de usar a natureza como proteção. Em vez de brigar com a formiga, que ataca a alface, você alimenta ela com outra planta de modo que ela deixe suas alfaces em paz – brinca.

Manejo integrado de pragas e diversificação de variedades fazem o controle fitossanitário. A prática segue o que ensina o idealizador Ernst Götsch: “não existe praga, existem espécies com funções distintas”. O nível máximo de interação entre o agricultor e o meio é que determinará o grau da prosperidade do ecossistema.

Manejo integrado de pragas faz a diferença na produção

Manejo integrado de pragas e diversidade de variedades fazem o controle fitossanitário. A prática segue o que ensina o idealizador Ernst Götsch: “não existe praga, existem espécies com funções distintas”. O nível máximo de interação entre o agricultor e o meio é que determinará o grau da prosperidade do ecossistema.

É o que acontece na propriedade de Iara Dutra, agricultora de Santiago, na Região Central. Ela investe tempo conhecendo e administrando cada tipo de planta que aparece na terra, por acreditar que esse manejo faz toda a diferença na qualidade do produto:

– Você precisa interagir, conhecer, saber as causas de algum desequilíbrio que exista na produção. Tem de criar condições diferenciadas para driblar a falta ou excesso de água, por exemplo.

A produtora acredita que a fruticultura trabalhada de forma integrada com a floresta garante mais sanidade para a lavoura e para o agricultor.

Fonte: Zero Hora

Pequenos e grandes produtores reduzem custos a partir da agricultura sintrópica

Estratificação do solo e associação de culturas. A mesma técnica que aplica em pequenas propriedades ou em assentamentos onde presta consultoria, Namastê Messerschimidt desenvolve na Fazenda Da Toca, de Pedro Paulo Diniz, onde foi criado o Núcleo Agroflorestal de Pesquisa Aplicada em Agricultura Sintrópica. Testes mostraram como se comportavam as laranjeiras no sistema florestal e, nas palavras do próprio Diniz, “a lavoura custa menos e produz mais”.

– As agroflorestas sequestram mais carbono, e geram mais energia para o solo – detalha Namastê.

Como a matéria orgânica mantém a umidade do solo, a irrigação torna-se quase desnecessária ou até 75% inferior à agricultura convencional. Assim, o alimento produzido por meio da sintropia que chega ao consumidor está financiando toda a floresta.

Caminho natural para os orgânicos

Se para o público leigo o tema é novidade, no campo o sistema ganha notoriedade. Técnico da Emater que auxilia produtores na Região Metropolitana do Rio Grande do Sul, o agrônomo Luís Paulo Ramos diz que a agricultura sintrópica é a grande tendência na produção de orgânicos:

– Trata-se de um consórcio de cooperação e interação entre plantas, homem e animais e pode ser utilizada também para recuperar florestas e áreas degradadas.

Ramos recorda experiências em sistemas agroflorestais no Estado, algumas originadas com a ajuda do acaso, como pomares de citros abandonados onde cresceram árvores e arbustos nativos, que passaram a ser manejados juntamente com o pomar.

No Litoral Norte do RS, agricultores observaram que as bananeiras conviviam bem com a palmeira-juçara e outras árvores, produzindo e tornando-se menos suscetíveis às doenças.

Fonte: Zero Hora

Sistema agroflorestal com o foco em galinhas

Você já ouviu falar que as galinhas são seres de floresta? Você já comprou ovos que tem dizeres como ‘galinhas livre de gaiolas’ ou ‘galinhas criadas soltas’?

E se eu te falar que existem sistemas agroflorestais com o foco na criação de galinhas?

Na Vioaves Caipiras os piquetes das galinhas tem árvores, frutas e capins para as aves, proporcionando um ambiente mais parecido com o original de onde os parentes mais próximos das galinhas que conhecemos vieram.

Mesmo sendo um dos animais mais trabalhados industrialmente, ainda sim tem memórias genéticas em seu DNA sobre sua origem, e se sente muito mais feliz e satisfeita em ambientes assim.

Fonte: Canal Ecoar Agrofloresta / YouTube

Proteção de nascente: passo a passo do método Caxambu

Confirma o passo a passo para salvar uma nascente com o método Caxambu.

  1. Achar a nascente
  2. Limpar a nascente
  3. Preparar a massa solo-cimento
  4. Subir a barragem (colocar o cano para continuar a drenagem)
  5. Colocar cano de captação de água
  6. Colocar cano ladrão
  7. Testar se está impermeável
  8. Encher o interior da barragem com pedras
  9. Colocar cano de sanitização
  10. Batizar a nascente e colocar telas

Fonte: Canal Campo & Produção / YouTube

Minhocário – Parte 2: Telhado do minhocário

No vídeo coloco a telha no abrigo para as minhocas. Tudo no melhor estilo DIY, faça você mesmo! Depois de termos colocado as pilastras principais precisávamos colocar as travessas de suporte para o telhado. Usamos telhas de fibrocimento de reaproveitamento, e travamos também com madeiramento de reaproveitamento, que já tínhamos pelo Sítio.

Motosserra e travamento

Fonte: Canal Quintal Florestal / YouTube

Minhocário – Parte 1: Fazendo um abrigo

Nesse vídeo começamos a estrutura para o minhocário, um abrigo todo feito com material que já tínhamos no Sítio. Telhas, mourão de eucalipto, madeira de reaproveitamento. Um abrigo com telhado no melhor estilo DIY- Faça você mesmo! Tudo para garantir o melhor bem estar possível para as minhocas, que irão concluir a última etapa da compostagem transformando o esterco em húmus.

Projeto e pilar para o telhado

Fonte: Canal Quintal Florestal / YouTube

A enorme importância da polinização e porque está ameaçada

A polinização é um fenômeno de extrema importância, pois possibilita que as plantas se reproduzam, fornecendo assim sementes e frutos para os humanos.

Para se ter uma ideia, estima-se que 75% da alimentação humana depende da ação dos insetos polinizadores.

Existem duas formas de transferência do pólen: a biótica, que é por meio de animais como aves, mamíferos (como os morcegos) e insetos, e a abiótica, que é por meio do vento e da água.

A principal forma de transferência do pólen biótica é por meio das abelhas, ou seja, elas são os principais animais polinizadores.

A polinização pelas abelhas acontece da seguinte forma: esses insetos são atraídos pelas cores, cheiros e a presença do néctar, que é um líquido doce cheio de energia. Ao pousar sob a flor, seu corpo fica cheio de pólen, e ao visitarem outra flor o pólen é recebido por ela e assim acontece a fecundação.

A polinização pelas abelhas é tão importante que o benefício pode gerar 43 bilhões de reais para a agricultura brasileira.

Alguns exemplos de cultivos que são altamente dependentes da polinização são café, laranja, maçã e soja.

A polinização por animais está ameaçada devido a fatores como perda de habitat, agrotóxicos, mudanças climáticas e espécies invasoras. Isso pode ameaçar seriamente a produção agrícola mundial.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Técnicas sustentáveis aumentam rendimento da produção

Especialistas destacam boas práticas agropecuárias, preservação do solo e a necessidade de mapeamento do território brasileiro.

Fonte de alimentos, nutrientes, água e diferentes formas de vida, o solo é um dos recursos naturais que mais tem sofrido com a degradação causada por uso inadequado. Problemas como erosão, perda de matéria orgânica e de biodiversidade desafiam produtores e especialistas a desenvolver técnicas sustentáveis de plantio e manejo para preservar os diferentes tipos de solo do país.

Nesta segunda-feira, 15 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Conservação do Solo. A data foi instituída pela Lei Federal 7.876/1989 como homenagem a Hugh Hammond Bennett, considerado o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. O objetivo é promover uma reflexão sobre a necessidade de utilizar o solo de forma adequada e sustentável.

Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que mais da metade do solo da América Latina sofre algum tipo de degradação. No mundo, o percentual de degradação é de 33%. Os prejuízos mais evidentes são a compactação da terra, que agrava os impactos de enchentes, a perda de fertilidade e a menor captação de carbono da atmosfera.

Segundo Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cocais) e que integrou o Painel Intergovernamental de Solos da ONU, os solos brasileiros também estão sofrendo com degradação de diferentes tipos.

“Não é só erosão, é salinização, poluição, perda de nutrientes, acidificação. Por exemplo, se você cultiva e não faz uma adubação orgânica mineral, só retirando, sem repor, o sistema não fica em equilíbrio. Quando produz um alimento, você retira nutrientes do solo. E o desequilíbrio criado é um tipo de degradação”, explica.

A especialista pondera que a evolução da agricultura brasileira tem proporcionado o desenvolvimento de boas práticas, como cultivo em rotação de culturas, plantio direto, Integração Lavoura Pecuária e Florestas, fixação biológica de nitrogênio, entre outras. Algumas dessas práticas também ajudam a reduzir o volume de insumos e defensivos aplicados.

O Brasil tem seguido as recomendações do manual voluntário de práticas sustentáveis de manejo do solo, criado no âmbito da Aliança Global pelo Solo, segundo o especialista em ciência do solo, Jefé Leão Ribeiro, integrante da Coordenação de Conservação do Solo e Água, da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“O Brasil sofre dos mesmos problemas globais. Com certeza há problemas de degradação, mas temos um diferencial, porque os sistemas produtivos fomentados pelo governo são sustentáveis. Agora, tem que ampliar o alcance das boas práticas”, disse Ribeiro.

Coberto e conservado

O principal cuidado a ser adotado para preservar o solo é protegê-lo da exposição à chuva, vento e produtos que levam à perda de matéria orgânica e à redução da capacidade de cultivo. “Se a gente não conservar os solos, não vamos ter a produção de alimentos de que necessitamos para a população em crescimento”, comenta Maria de Lourdes.

O engenheiro agrônomo Maurício Carvalho, que também integra a Coordenação de Conservação do Solo e Água do Mapa, reforça que a cobertura do solo, seja com palha ou capim, é essencial quando se trata de conservação. “É preciso manter o solo coberto para permitir a reciclagem de nutrientes”, explica.

Foi com esse objetivo que, há cinco anos, a fazenda “Amigos do Cerrado”, situada no Núcleo Rural Casa Grande, em Ponte Alta do Gama, a cerca de 50 km do centro de Brasília, fez a opção por um sistema de plantio orgânico seguindo os princípios de uma floresta de alimentos.

O carro chefe da produção da fazenda é a fruticultura, com destaque para o limão e a mexerica. Por semana, a fazenda comercializa em média cem caixas com duas toneladas de frutas orgânicas para grandes redes de supermercado e indústrias de sucos naturais.

Junto com o limão e a mexerica são plantados mandioca, banana, eucalipto e mogno. Em alguns pontos, também foram plantadas espécies nativas do cerrado, como baru, e frutos típicos de outras regiões, como o avocado. A fazenda usa capim para proteger as leiras (sulcos) onde são plantadas as sementes. Todo tipo de material orgânico é utilizado para reforçar a cobertura do solo, inclusive restos de poda da cidade que iriam para o lixo. “A gente chega a utilizar 140 toneladas de material para cobrir a leira”, explica Raul Monteiro, engenheiro agrônomo e responsável técnico da fazenda.

Equipe do Mapa visitou a fazenda um dia depois de um temporal e não havia nenhum sinal de terra arrastada pela água da chuva. Embaixo da cobertura de capim, roçado seis vezes por ano, a presença de muitas minhocas e outros animais indicam a alta fertilidade da terra.

Para imitar um ambiente florestal, foram intercaladas aos pés de limão e mexerica outras plantas de maior porte, como eucalipto e bananeiras, que dão sombra, geram insumos e reservam água. O objetivo é que o sistema seja autossustentável e que produza mais recursos do que consome.

“Aqui é um sistema agroflorestal mais voltado para agricultura sintrópica, onde misturamos uma diversidade de plantas, que têm raízes diferentes e emitem seiva para os micro-organismos do solo, permitindo a infiltração da água. Esse solo se torna uma esponja, uma caixa d’água, que vai alimentar o lençol freático e o rio”, explicou Carvalho.

A técnica de plantar diferentes culturas e proteger o solo permite que, mesmo no período de estiagem, o solo continue úmido e não necessite de irrigação diária com a água do poço.

“Eu costumo falar que se você planta banana, você planta água. Na seca, eu exploro a banana e uso como adubadeira. No auge da seca, eu molho por 20 minutos cada ramal por semana”, comenta Pedro.

Buscando viabilidade econômica, a escolha da fazenda Amigos do Cerrado pela variedade de plantas trouxe ainda o benefício de afastar o ataque de pragas e doenças. Antes, a área da fazenda servia apenas para plantio convencional em larga escala de milho e mandioca e boa parte do custo de produção era para comprar defensivos químicos.

“Eu não quero nem pensar naquele tempo, porque eram 150, 200 litros de agrotóxico. No convencional, a gente trabalha com o solo pelado, explorando o solo. Aqui estamos protegendo o solo e conseguindo mais matéria orgânica. Isso significa custo mais baixo e benefício pra terra. Hoje, rende mais pra gente e sem contar o privilégio de trabalhar numa área dessa e a qualidade de vida”, comemora Pedro Monteiro Filho, gerente da Fazenda.

A estratégia de mesclar as culturas também colabora para o surgimento de novas plantas no ambiente, além de diversificar a renda da propriedade. Apesar de ser uma agrofloresta urbana para larga escala, também pode ser replicável na agricultura familiar.

“É um sistema que com potencial muito grande para ajudar a agricultura familiar. Isso aqui é solução para conservação de solo, de água, diversidade e fontes de renda diversas”, comentou Carvalho.

O trabalho da fazenda é desenvolvido com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A fazenda promove visitas guiadas para compartilhar experiência e as conquistas com o novo sistema e almeja dobrar a área de produção este ano.

Integração Lavoura e Pecuária

No interior do Maranhão, outra técnica tem feito a diferença no uso do solo. Em parceria com a Embrapa Meio Norte, a Fazenda Santa Luzia, situada em São Raimundo das Mangabeiras, adota a chamada Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILFP) há mais de anos. Desde que iniciou o processo, a fazenda, que planta basicamente milho e soja, aumentou o percentual de matéria orgânica do solo e aumentou em pelo menos 50% a produtividade.

Basicamente, a prática consiste em fazer o rodízio de diferentes culturas e intercalar os espaços de pastagem do gado com capim braquiária, que forma uma palhada e protege o solo da ação degenerativa. No último veranico que atingiu a região, em que se passaram 32 dias sem chuva, a palhada evitou prejuízos.

“Quando colhe o milho, a braquiária já está grande, aí a gente traz o gado. A palhada traz benefícios para o solo e para os animais. Tem sempre capim para o animal em época de escassez e o solo não fica exposto. Quando vem o próximo plantio, a semente aguenta mais, retém umidade e germina”, explica a técnica agropecuária da fazenda, Marcileia Guimarães.

A fazenda adota a integração na área total de seis mil hectares e se tornou referência na técnica na região. Atualmente, está desenvolvendo de forma mais intensa a pesquisa na área de floresta, plantando eucaliptos e outras árvores que fazem sombra ao redor das palhadas para evitar que o solo e os animais fiquem expostos ao sol.

O grupo também tem feito, em parceria com a Embrapa, cruzamentos de várias raças de boi para chegar ao chamado ‘boi tropical’, que é mais adaptado às pastagens naturais da região Nordeste e não degrada tanto o solo, pois consome menos recursos. “O boi tropical tem rusticidade, precocidade e outras características, come de tudo e não precisa de um pasto especial”, explicou a técnica.

Mapeamento

Um dos maiores gargalos do Brasil para garantir o cuidado mais efetivo do solo é a ausência de um levantamento detalhado sobre as características do território brasileiro. Segundo pesquisadores da área, a falta de dados sobre o recurso natural dificulta a formulação de políticas de conservação e recuperação de áreas degradadas.

“As escalas de conhecimento do nosso solo estão muito defasadas. Nós precisamos de informações mais detalhadas para tomar decisões mais acertadas a respeito do uso, manejo e conservação. O conhecimento é a base da conservação. Em conhecendo os solos, você pode definir o que é melhor para a agricultura, para a paisagem, para conservação”, afirma Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Embrapa.

Para preencher essa lacuna, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) trabalha para acelerar o Programa Nacional de Solos (Pronasolos). Liderado pela Embrapa Solos e composto por várias instituições de pesquisa, o programa tem como objetivo desenvolver no prazo de 30 anos um mapeamento que permita conhecer as propriedades do solo, as suas aptidões e os principais riscos a que está exposto.

“Os Estados Unidos, que são nossos concorrentes na balança comercial, já têm isso há muito tempo. Eles conhecem seus solos na escala de um para 20 mil, enquanto que no Brasil nós não temos nem uma escala de um para 100 mil. Ou seja, eles têm informações de solos cinco, dez, cem vezes mais detalhadas do que nós temos, dependendo da região”, comenta a pesquisadora.

Segundo a Embrapa, menos de 5% do território brasileiro conta com mapas de solos em escala de um para 100 mil ou maior. Em alguns estados brasileiros, como o Paraná, já é possível acessar dados sobre o solo na escala de 1 para 25 mil. Mas, na região Norte, por exemplo, os mapeamentos disponíveis ainda são da década de 80, com informações de um para um milhão.

O Pronasolos foi criado em 2015 e ainda aguarda a instalação dos comitês executivo e gestor. O Ministério da Agricultura já recebeu indicações de órgãos parceiros e deve finalizar neste semestre a composição do conselho para dar andamento ao programa.

A expectativa dos pesquisadores é de que o programa permita a formação de uma base de dados para subsidiar políticas públicas no meio rural e nas cidades, como a identificação dos solos e locais mais adequados para construção de casas, rodovias; previsão de catástrofes, planejamento do uso da terra e plantio cada cultura, entre outros benefícios.

No escopo de ações que devem favorecer a qualidade e fertilidade do solo, o Ministério também está ampliando o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) e recentemente criou o grupo de trabalho para desenvolver o Programa Bioinsumos, que visa organizar o marco legal dos insumos biológicos para agricultura orgânica.

Fonte: Portal CompreRural 

Foto: Antonio Araujo/Mapa

Um projeto de vida para plantar sem queimar a Amazônia

A prática da coivara, método que utiliza o fogo para preparar a terra antes de um plantio, começou com populações ancestrais, mas até hoje acompanha agricultores na Amazônia. Os índios, no entanto, levavam décadas para retornar a uma mesma área, dando tempo para a floresta se regenerar. Hoje, o fogo frequente acaba por gerar degradação de terras na região.

A partir do empoderamento das filhas mulheres pelo acesso a estudo e conhecimento técnico, a Família Soares descobriu que havia uma solução mais interessante para produzir na Amazônia: os sistemas agroflorestais. Os Soares são responsáveis por uma caprichada casa de farinha e, aos poucos, estão investindo em outros produtos além da mandioca, em um plantio integrado com árvores frutíferas e nativas da Amazônia, capaz de aliar produção e preservação e gerar mais renda para a família.

Fonte: Canal WRI Brasil / YouTube

Adubação orgânica: manejo de esterco de galinha, cavalo e minhocário

Este vídeo mostra o manejo do esterco para adubação orgânica, integrado ao minhocário. Foram utilizados esterco de galinha do galinheiro e o esterco de cavalo. Todo esse material é misturado com serragem ou pó de serra, buscados em uma madeireira. Na última etapa, o material é levado para as minhocas, para que elas o transformem em húmus — um material muito rico e muito fértil. Assim, o solo é o nosso próprio fertilizante orgânico.

Fonte: Canal Quintal Florestal / YouTube

Sistema Agroflorestal: manejo é tudo!

Acompanhe a manutenção e manejo de um SAF (Sistema Agroflorestal). Essa área está com o solo fraco e faltou manejo para que estivesse melhor. Então, a opção foi roçar e passar o tratorito nas entrelinhas, entrando com um pouco de calcário para preparar a área para o plantio quando entrar a chuva.

Manejo é tudo!

Fonte: Canal Quintal Florestal / YouTube

Aproveite a caminhada: Um filme sobre café e agrofloresta

O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, apenas atrás da água. Com mais de 2 milhões de hectares plantados, o Brasil é líder na produção mundial, no entanto, esta superprodução tem um preço. O método empregado pelo agronegócio está empobrecendo o solo, acabando com a água, a biodiversidade e produzindo alimento envenenado.

Porém, existem produtores que já perceberam isso e vão na contra mão deste pensamento, produzindo em um Sistema Agroflorestal. O café é plantado em meio a uma grande diversidade de plantas, garantindo proteção contra doenças e alta produtividade, além de revitalizar nascentes e trazer de volta a vida silvestre.

Com os fertilizantes e a água cada vez mais escassos, o sistema agroflorestal tem se mostrado como a única solução para salvação da agricultura no futuro. Produtores de café do Espírito Santo e Minas Gerais, os dois estados onde mais se produz café no Brasil, já compreenderam que podem melhorar de vida e agregar valor ao produzir desta forma. Os compradores locais e internacionais estão priorizando quem produz assim, ninguém quer participar da destruição da natureza.

A mensagem que fica: O futuro será agroflorestal, ou não será nada.

Fonte: Canal Heitor Delpupo / Youtube

Documentário produzido como Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Comunicação Social / Universidade Federal Fluminense
2022

Agricultura sintrópica: seleção de áreas

Ernst Götsch é o criador da agricultura sintrópica, prática que visa harmonizar as atividades humanas com os processos naturais de vida existentes de cada lugar. A técnica se baseia na sucessão e estratificação natural de cada espécie considerando o ciclo de vida e o espaço de cada ser vivo.

Fonte: Canal Agenda Gotsch / YouTube

Agricultura sintrópica: uma visita à Floresta Amazônica, com Ernst Götsch

A Amazônia está próxima do ponto de não retorno, ou seja, com a destruição de suas florestas o ambiente se torna mais seco e muito susceptível ao fogo. Sua degradação cria alças de reforço negativo, que nos distanciam cada vez mais das possibilidades de recuperá-la.

Mas existem soluções que podem reverter esse processo, uma delas é a agricultura sintrópica, tecnologia criada pelo pesquisador e agricultor, Ernst Götsch.

Neste filme, Ernst apresenta uma de suas propostas de como recuperar pastos e capoeira degradados com o intuito de recuperar a forma e a função da floresta original, ao mesmo tempo que produzimos muita comida. Sua proposta é digna de um prêmio Nobel, pois pode resolver muitos dos problemas criados por nós mesmos.

Fonte: Canal CEPEAS / YouTube

Transformando resíduos em nutrientes

Você provavelmente já ouviu falar sobre compostagem, mas sabia que esse processo vai muito além de apenas jogar restos de comida em uma pilha de terra?

A compostagem é uma técnica milenar que transforma resíduos orgânicos em nutrientes valiosos para o solo e as plantas. Neste post, vamos explorar algumas curiosidades fascinantes sobre a compostagem e descobrir por que ela é tão importante para o nosso planeta.

Adubo potente, nosso “Ouro Negro”

A compostagem é muitas vezes chamada de “ouro negro” devido à sua capacidade de transformar resíduos em um material rico em nutrientes que pode melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade das plantas.

Redução do Desperdício

A compostagem ajuda a reduzir o desperdício de alimentos e resíduos orgânicos, que são uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa nos aterros sanitários.

Ação dos decompositores

Na compostagem, microrganismos como bactérias e fungos são os verdadeiros heróis. Eles quebram a matéria orgânica em compostos mais simples, transformando-a em um material rico em nutrientes para o solo.

Compostagem em Casa

Você não precisa de um grande espaço para compostar. A compostagem doméstica pode ser feita em pequenas pilhas ou com composteiras específicas para apartamentos e casas sem quintal.

Compostagem em Grandes Escalas

Além da compostagem doméstica, existem usinas de compostagem em grande escala que processam resíduos orgânicos de cidades inteiras, transformando-os em adubo para áreas agrícolas, hortas e jardins. Nós do Ciclo Orgânico, compostamos resíduos residênciais, de empresas, escolas, creches, escritórios etc.

Controle de Odores

Compostagem bem-feita não causa mau cheiro. A presença de ar no processo de compostagem ajuda a evitar a formação de odores desagradáveis.

Compostagem e Agricultura

Agricultores têm usado compostagem por séculos para melhorar a saúde do solo e aumentar a produção de culturas. O composto ajuda a reter a umidade do solo, reduzindo a necessidade de irrigação.

Compostagem na Natureza

A compostagem é um processo natural que ocorre na natureza quando folhas caídas, galhos e outros resíduos orgânicos se decompõem, enriquecendo o solo das florestas e ecossistemas.

Impacto Ambiental Positivo

A compostagem reduz significativamente as emissões de metano, um poderoso gás de efeito estufa, que é produzido quando os resíduos orgânicos apodrecem em aterros sanitários.

Círculo Virtuoso

A compostagem completa um círculo virtuoso, onde os alimentos que consumimos são cultivados em solos saudáveis, enriquecidos pelo composto resultante da decomposição de resíduos orgânicos.

A compostagem é uma prática simples, acessível e com imensos benefícios para o meio ambiente e nossa própria qualidade de vida. Ao adotar a compostagem em casa ou apoiar iniciativas de compostagem em larga escala, estamos fazendo nossa parte para reduzir o desperdício, enriquecer o solo e preservar os recursos naturais do nosso planeta. Vamos juntos fazer a diferença e abraçar essa técnica valiosa que nos conecta com a natureza e nutre o futuro sustentável que buscamos.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Roda de Conversa — Pedro Bial, Thomas Lovejoy, Carlos Nobre e Felipe Pasini

Pedro Bial deu voz à Floresta na série a “A Natureza está Falando”, da Conservação Internacional em 2016, fazendo um aviso: “A natureza não precisa das pessoas. As pessoas precisam da natureza”. Hoje Pedro volta para dar voz às florestas que estão sendo consumidas pelas chamas, trazendo cientistas renomados como Carlos Nobre, Thomas Lovejoy e Felipe Pasini para debater sobre o futuro. Não da floresta, mas da espécie humana.

Fonte: Canal Life in Syntropy / YouTube

O semeador de mercados da agrofloresta

O Vale do Paraíba Paulista já foi uma das regiões econômicas mais importantes do país. Hoje, no entanto, há um grande passivo de áreas degradadas. Essas áreas podem ser restauradas e reflorestadas com espécies nativas e com modelos de produção como os sistemas agroflorestais.

Patrick, produtor rural do Vale, mostra que a agrofloresta e a restauração não são um sonho distante: é possível diversificar a produção e gerar renda, ao mesmo tempo em que se recupera o solo, a água e se planta florestas na fazenda.

Patrick começou sua jornada com o reflorestamento do guanandi, uma espécie de madeira nativa. Hoje, o guanandi pode ser usando para agregar valor em produtos de móveis de designers que, até pouco tempo, não sabiam que era possível usar madeira que não fosse de desmatamento. Depois, embarcou em projetos de agroflorestas, combinando o plantio de árvores com produção agrícola.

Com esse modelo, Patrick espera disseminar os sistemas agroflorestais e incentivar a restauração de 40 mil hectares em todo o Vale do Paraíba, promovendo a economia e criando uma nova Era de Ouro da produção sustentável.

Saiba mais na página:

O Brasil é o país das florestas. Mas a relação com elas precisa mudar. Chegou a hora de restaurar. A série As Caras da Restauração conta cinco histórias de brasileiros que estão plantando árvores e transformando sua relação com a terra a partir da restauração das florestas.

São pessoas de diferentes classes sociais e regiões do país que mostram como estão fazendo a restauração acontecer, vencendo desafios e gargalos, renovando a paisagem e suas histórias de vida. Cada história contém um episódio em vídeo e uma longa reportagem. O Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. A família Soares, Bruno Mariani, Silvany Lima, Patrick Assumpção e o casal Emerson e Viviane ajudam a mostrar como isso é possível.

Acompanhe em wribrasil.org/ascarasdarestauracao

Fonte: WRI Brasil / YouTube

Agricultura sintrópica por Ernst Götsch

A agricultura sintrópica pode ser definida como um modelo em que os processos agrícolas se assemelham aos processos naturais, tanto no que diz respeito à sua função como à sua dinâmica.

Ao contrário do que acontece na entropia, a sintropia é a passagem de algo mais simples para um mais complexo, ou seja, engloba uma série de ações completamente conscientes que têm como finalidade potencializar a reestruturação, o equilíbrio e a aceleração metabólica de um organismo ou sistema concreto.

Em suma, a agrossilvicultura é uma forma de cultivo múltiplo em que se procura satisfazer uma série de condições básicas que são a existência de várias espécies, pelo menos duas, que interagem biologicamente; geralmente pelo menos um dos componentes é uma planta lenhosa perene; e, finalmente, pelo menos dois dos componentes são geridos de forma a atingir os objectivos do agricultor que gere a exploração agrícola.

Os diferentes componentes estão distribuídos em diferentes estratos a nível espacial e temporal. As formas de produção agroflorestal podem ser aplicadas tanto em ecossistemas frágeis como naqueles mais estáveis e à escala desde uma pequena propriedade apenas para fins de subsistência, até grandes áreas cujo objectivo é a comercialização dos produtos obtidos. Los objetivos, por tanto, son lograr una diversificación de la producción, aumentar el nivel de materia orgánica en el suelo, fijar nitrógeno atmosférico, reciclar los nutrientes, optimizar al máximo la producción del sistema y modificar, en parte, el microclima donde están establecidos os cultivos.

Este sistema foi desenvolvido por Ernst Götsch, que da Suíça mudou-se para o Brasil em 1982, após ensinar métodos de agricultura sustentável a refugiados nicaraguenses na Costa Rica, durante a guerra civil nicaraguense, onde se dedicou a aconselhar o proprietário de uma área improdutiva que estava localizado na Bahia e onde comprou a fazenda que se propunha recuperar, por meio de reflorestamento e implantação do cultivo do cacau. Ao longo dos anos treinou diversos agricultores, que estão difundindo seus conhecimentos sobre manejo sintrópico. Embora inicialmente este método só fosse aplicado em pequenas propriedades, em algum momento Ernst mudou para a agricultura em grande escala, com sucesso.

No vídeo, Ernst Götsch fala brevemente sobre os princípios de vida nos quais se baseia a agricultura sintrópica.

Fonte: Ecoportal

 

Agrofloresta: você sabe o que é e como se faz?

Especialistas destacam boas práticas agropecuárias, preservação do solo e a necessidade de mapeamento do território brasileiro.

Fonte de alimentos, nutrientes, água e diferentes formas de vida, o solo é um dos recursos naturais que mais tem sofrido com a degradação causada por uso inadequado. Problemas como erosão, perda de matéria orgânica e de biodiversidade desafiam produtores e especialistas a desenvolver técnicas sustentáveis de plantio e manejo para preservar os diferentes tipos de solo do país.

Nesta segunda-feira, 15 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Conservação do Solo. A data foi instituída pela Lei Federal 7.876/1989 como homenagem a Hugh Hammond Bennett, considerado o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. O objetivo é promover uma reflexão sobre a necessidade de utilizar o solo de forma adequada e sustentável.

Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que mais da metade do solo da América Latina sofre algum tipo de degradação. No mundo, o percentual de degradação é de 33%. Os prejuízos mais evidentes são a compactação da terra, que agrava os impactos de enchentes, a perda de fertilidade e a menor captação de carbono da atmosfera.

Segundo Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cocais) e que integrou o Painel Intergovernamental de Solos da ONU, os solos brasileiros também estão sofrendo com degradação de diferentes tipos.

“Não é só erosão, é salinização, poluição, perda de nutrientes, acidificação. Por exemplo, se você cultiva e não faz uma adubação orgânica mineral, só retirando, sem repor, o sistema não fica em equilíbrio. Quando produz um alimento, você retira nutrientes do solo. E o desequilíbrio criado é um tipo de degradação”, explica.

A especialista pondera que a evolução da agricultura brasileira tem proporcionado o desenvolvimento de boas práticas, como cultivo em rotação de culturas, plantio direto, Integração Lavoura Pecuária e Florestas, fixação biológica de nitrogênio, entre outras. Algumas dessas práticas também ajudam a reduzir o volume de insumos e defensivos aplicados.

O Brasil tem seguido as recomendações do manual voluntário de práticas sustentáveis de manejo do solo, criado no âmbito da Aliança Global pelo Solo, segundo o especialista em ciência do solo, Jefé Leão Ribeiro, integrante da Coordenação de Conservação do Solo e Água, da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“O Brasil sofre dos mesmos problemas globais. Com certeza há problemas de degradação, mas temos um diferencial, porque os sistemas produtivos fomentados pelo governo são sustentáveis. Agora, tem que ampliar o alcance das boas práticas”, disse Ribeiro.

Coberto e conservado

O principal cuidado a ser adotado para preservar o solo é protegê-lo da exposição à chuva, vento e produtos que levam à perda de matéria orgânica e à redução da capacidade de cultivo. “Se a gente não conservar os solos, não vamos ter a produção de alimentos de que necessitamos para a população em crescimento”, comenta Maria de Lourdes.

O engenheiro agrônomo Maurício Carvalho, que também integra a Coordenação de Conservação do Solo e Água do Mapa, reforça que a cobertura do solo, seja com palha ou capim, é essencial quando se trata de conservação. “É preciso manter o solo coberto para permitir a reciclagem de nutrientes”, explica.

Foi com esse objetivo que, há cinco anos, a fazenda “Amigos do Cerrado”, situada no Núcleo Rural Casa Grande, em Ponte Alta do Gama, a cerca de 50 km do centro de Brasília, fez a opção por um sistema de plantio orgânico seguindo os princípios de uma floresta de alimentos.

O carro chefe da produção da fazenda é a fruticultura, com destaque para o limão e a mexerica. Por semana, a fazenda comercializa em média cem caixas com duas toneladas de frutas orgânicas para grandes redes de supermercado e indústrias de sucos naturais.

Junto com o limão e a mexerica são plantados mandioca, banana, eucalipto e mogno. Em alguns pontos, também foram plantadas espécies nativas do cerrado, como baru, e frutos típicos de outras regiões, como o avocado. A fazenda usa capim para proteger as leiras (sulcos) onde são plantadas as sementes. Todo tipo de material orgânico é utilizado para reforçar a cobertura do solo, inclusive restos de poda da cidade que iriam para o lixo. “A gente chega a utilizar 140 toneladas de material para cobrir a leira”, explica Raul Monteiro, engenheiro agrônomo e responsável técnico da fazenda.

Equipe do Mapa visitou a fazenda um dia depois de um temporal e não havia nenhum sinal de terra arrastada pela água da chuva. Embaixo da cobertura de capim, roçado seis vezes por ano, a presença de muitas minhocas e outros animais indicam a alta fertilidade da terra.

Para imitar um ambiente florestal, foram intercaladas aos pés de limão e mexerica outras plantas de maior porte, como eucalipto e bananeiras, que dão sombra, geram insumos e reservam água. O objetivo é que o sistema seja autossustentável e que produza mais recursos do que consome.

“Aqui é um sistema agroflorestal mais voltado para agricultura sintrópica, onde misturamos uma diversidade de plantas, que têm raízes diferentes e emitem seiva para os micro-organismos do solo, permitindo a infiltração da água. Esse solo se torna uma esponja, uma caixa d’água, que vai alimentar o lençol freático e o rio”, explicou Carvalho.

A técnica de plantar diferentes culturas e proteger o solo permite que, mesmo no período de estiagem, o solo continue úmido e não necessite de irrigação diária com a água do poço.

“Eu costumo falar que se você planta banana, você planta água. Na seca, eu exploro a banana e uso como adubadeira. No auge da seca, eu molho por 20 minutos cada ramal por semana”, comenta Pedro.

Buscando viabilidade econômica, a escolha da fazenda Amigos do Cerrado pela variedade de plantas trouxe ainda o benefício de afastar o ataque de pragas e doenças. Antes, a área da fazenda servia apenas para plantio convencional em larga escala de milho e mandioca e boa parte do custo de produção era para comprar defensivos químicos. “Eu não quero nem pensar naquele tempo, porque eram 150, 200 litros de agrotóxico. No convencional, a gente trabalha com o solo pelado, explorando o solo. Aqui estamos protegendo o solo e conseguindo mais matéria orgânica. Isso significa custo mais baixo e benefício pra terra. Hoje, rende mais pra gente e sem contar o privilégio de trabalhar numa área dessa e a qualidade de vida”, comemora Pedro Monteiro Filho, gerente da Fazenda.

A estratégia de mesclar as culturas também colabora para o surgimento de novas plantas no ambiente, além de diversificar a renda da propriedade. Apesar de ser uma agrofloresta urbana para larga escala, também pode ser replicável na agricultura familiar.

“É um sistema que com potencial muito grande para ajudar a agricultura familiar. Isso aqui é solução para conservação de solo, de água, diversidade e fontes de renda diversas”, comentou Carvalho.

O trabalho da fazenda é desenvolvido com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A fazenda promove visitas guiadas para compartilhar experiência e as conquistas com o novo sistema e almeja dobrar a área de produção este ano.

Integração Lavoura e Pecuária

No interior do Maranhão, outra técnica tem feito a diferença no uso do solo. Em parceria com a Embrapa Meio Norte, a Fazenda Santa Luzia, situada em São Raimundo das Mangabeiras, adota a chamada Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILFP) há mais de anos. Desde que iniciou o processo, a fazenda, que planta basicamente milho e soja, aumentou o percentual de matéria orgânica do solo e aumentou em pelo menos 50% a produtividade.

Basicamente, a prática consiste em fazer o rodízio de diferentes culturas e intercalar os espaços de pastagem do gado com capim braquiária, que forma uma palhada e protege o solo da ação degenerativa. No último veranico que atingiu a região, em que se passaram 32 dias sem chuva, a palhada evitou prejuízos.

“Quando colhe o milho, a braquiária já está grande, aí a gente traz o gado. A palhada traz benefícios para o solo e para os animais. Tem sempre capim para o animal em época de escassez e o solo não fica exposto. Quando vem o próximo plantio, a semente aguenta mais, retém umidade e germina”, explica a técnica agropecuária da fazenda, Marcileia Guimarães.

A fazenda adota a integração na área total de seis mil hectares e se tornou referência na técnica na região. Atualmente, está desenvolvendo de forma mais intensa a pesquisa na área de floresta, plantando eucaliptos e outras árvores que fazem sombra ao redor das palhadas para evitar que o solo e os animais fiquem expostos ao sol.

O grupo também tem feito, em parceria com a Embrapa, cruzamentos de várias raças de boi para chegar ao chamado ‘boi tropical’, que é mais adaptado às pastagens naturais da região Nordeste e não degrada tanto o solo, pois consome menos recursos. “O boi tropical tem rusticidade, precocidade e outras características, come de tudo e não precisa de um pasto especial”, explicou a técnica.

Mapeamento

Um dos maiores gargalos do Brasil para garantir o cuidado mais efetivo do solo é a ausência de um levantamento detalhado sobre as características do território brasileiro. Segundo pesquisadores da área, a falta de dados sobre o recurso natural dificulta a formulação de políticas de conservação e recuperação de áreas degradadas.

“As escalas de conhecimento do nosso solo estão muito defasadas. Nós precisamos de informações mais detalhadas para tomar decisões mais acertadas a respeito do uso, manejo e conservação. O conhecimento é a base da conservação. Em conhecendo os solos, você pode definir o que é melhor para a agricultura, para a paisagem, para conservação”, afirma Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Embrapa.

Para preencher essa lacuna, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) trabalha para acelerar o Programa Nacional de Solos (Pronasolos). Liderado pela Embrapa Solos e composto por várias instituições de pesquisa, o programa tem como objetivo desenvolver no prazo de 30 anos um mapeamento que permita conhecer as propriedades do solo, as suas aptidões e os principais riscos a que está exposto.

“Os Estados Unidos, que são nossos concorrentes na balança comercial, já têm isso há muito tempo. Eles conhecem seus solos na escala de um para 20 mil, enquanto que no Brasil nós não temos nem uma escala de um para 100 mil. Ou seja, eles têm informações de solos cinco, dez, cem vezes mais detalhadas do que nós temos, dependendo da região”, comenta a pesquisadora.

Segundo a Embrapa, menos de 5% do território brasileiro conta com mapas de solos em escala de um para 100 mil ou maior. Em alguns estados brasileiros, como o Paraná, já é possível acessar dados sobre o solo na escala de 1 para 25 mil. Mas, na região Norte, por exemplo, os mapeamentos disponíveis ainda são da década de 80, com informações de um para um milhão.

O Pronasolos foi criado em 2015 e ainda aguarda a instalação dos comitês executivo e gestor. O Ministério da Agricultura já recebeu indicações de órgãos parceiros e deve finalizar neste semestre a composição do conselho para dar andamento ao programa.

A expectativa dos pesquisadores é de que o programa permita a formação de uma base de dados para subsidiar políticas públicas no meio rural e nas cidades, como a identificação dos solos e locais mais adequados para construção de casas, rodovias; previsão de catástrofes, planejamento do uso da terra e plantio cada cultura, entre outros benefícios.

No escopo de ações que devem favorecer a qualidade e fertilidade do solo, o Ministério também está ampliando o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) e recentemente criou o grupo de trabalho para desenvolver o Programa Bioinsumos, que visa organizar o marco legal dos insumos biológicos para agricultura orgânica.

Fonte: Compre Rural

Fotos: Antonio Araujo/Mapa

O Agricultor – Ernst Götsch

A prática da agricultura é aprofundada quando reconhecemos o papel fundamental das plantas e dos animais. Viver de maneira conectada com a natureza nos leva a exercitar o corpo e a mente no sentido mais pleno.

Vídeo produzido pelo canal Agenda Gotsch / Youtube.

Agrofloresta Sintrópica trabalha com a recuperação pelo uso

Trabalhar em equilíbrio com a natureza é foco de sistema que tem destaque a formação do solo, regulação do micro-clima e o favorecimento do ciclo da água Estabelecimento de áreas altamente produtivas e independentes de insumos externos tem como consequência a oferta de serviços ecossistêmicos, com especial destaque para a formação de solo, a regulação do micro-clima e o favorecimento do ciclo da água.

Trabalhar a favor da natureza e não contra ela, associar cultivos agrícolas com florestais, recuperar os recursos ao invés de explorá-los e incorporar conceitos ecológicos ao manejo de agroecossistemas são algumas das características da Agricultura Sintrópica, mas não são exclusivas dela.

Variações desses fundamentos podem estar associados respectivamente à Permacultura, à Agrofloresta, à Agricultura Regenerativa e à Agroecologia, por exemplo.

Certamente encontraremos aderência de objetivos e convergência de práticas entre essas e muitas outras práticas com bases ecológicas e, diante dos desafios ambientais que hoje enfrentamos, são todas muito benvindas e devem ser devidamente celebradas e estimuladas.

Uma primeira e simples distinção que poderíamos fazer seria relativa ao fato de que dentro desse universo de conceitos, alguns se referem a sistemas de uso da terra enquanto que outros são sistemas de design e outros ainda uma ciência ou um movimento social e político.

Detalhes da Agrofloresta Sintrópica

Na Agricultura Sintrópica cova passa a ser berço, sementes passam a ser genes, a capina é a colheita, concorrência e competição dão lugar à cooperação e ao amor incondicional e as pragas são, na verdade, os agentes-de-fiscalização-do-sistema. Esses e outros termos não surgem por acaso, mas sim, derivam de uma mudança na própria forma de ver, interpretar e se relacionar com a natureza.

A Agricultura Sintrópica é constituída por um conjunto teórico e prático de um modelo de agricultura desenvolvido por Ernst Götsch, no qual os processos naturais são traduzidos para as práticas agrícolas tanto em sua forma, quanto em sua função e dinâmica.

Na Agricultura Sintrópica o estabelecimento de áreas altamente produtivas e independentes de insumos externos tem como consequência a oferta de serviços ecossistêmicos, com especial destaque para a formação de solo, a regulação do micro-clima e o favorecimento do ciclo da água.

Fonte: Compre Rural

Cultivando a saúde: hortas fitoterápicas auxiliam no bem-estar da população

O Distrito Federal tem sido o berço de projetos sociais e ecológicos que buscam formas alternativas para cuidar das comunidades usuárias do sistema público de saúde. Pacientes têm a possibilidade de participar dos cuidados no plantio e cultivo de ervas medicinais diretamente nos hortos e se beneficiarem dessa produção. A distribuição ocorre tanto das plantas produzidas pelo próprio paciente, como o insumo é enviado para farmácias, a fim de serem manipulados e distribuídos como fitoterápicos.

Nilda Sena, 66 anos, é uma das participantes do Projeto Terraterapia, na Unidade Básica de Saúde 1 de Águas Claras. “Frequento desde 2021, quando fui ao clínico geral, por questões de saúde, e ele me direcionou à nutricionista, que me convidou para cuidar da horta”, contou. Desde então, ela tem feito parte ativamente dos cuidados com as plantas medicinais. “Plantamos e colhemos para uso próprio. As ervas me ajudam bastante, principalmente a carqueja, que me auxilia com o problema que tenho de retenção de líquido na região das pernas. Além da espinheira santa, que tem efeito diurético e antidepressivo, que eu preparo em forma de chás e consumo.”

Estando frequentemente na horta, ela percebe os efeitos positivos dentro da comunidade que participa. “O pessoal mexe diretamente nos cuidados com a terra e plantam as próprias verduras. As meninas ficam muito felizes em recolher um pé de alface, ver crescer, pôr um cuidado ali”, partilhou sobre a relação das pessoas com o cultivo.

Jesuana Lemos, 45, nutricionista e uma das coordenadoras do projeto, explica que o ato do cuidado com a terra faz parte de um dos objetivos principais da Terraterapia. “O nosso intuito aqui na horta é deixar um espaço interativo em que o paciente tem autonomia para tomar decisões. A horta é deles e a decisão é tomada sempre em conjunto, inclusive o nome Terraterapia foi decidido assim.”

Para a comunidade

Nos hortos medicinais agroflorestais biodinâmicos ocorre o cultivo e produção de plantas medicinais que se tornam fitoterápicos e são distribuídas para a população, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelo Distrito Federal. “Tudo começou em 2017/2018 quando o Lago Norte teve uma situação de epidemia de dengue muito grave e, junto à comunidade, nós buscamos estratégias para fazer um projeto que pudesse, a longo prazo, enfrentar a transmissão da doença e de outras zoonoses”, afirmou o médico Marcos Trajano, 43, um dos idealizadores do projeto.

Um dos primeiros territórios escolhidos para a limpeza e retirada do lixo, que poderia ter focos do mosquito da dengue, foi a UBS do Lago Norte. Por isso, os idealizadores do programa decidiram integrar o espaço, como uma forma de combate ao Aedes aegypti. “Com a ajuda da Fundação Oswaldo Cruz e de outros parceiros, como a Companhia da Nova Capital (Novacap) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), o projeto se expandiu e, hoje, o Distrito Federal conta com 14 unidades do horto localizadas em regiões administrativas, como em Ceilândia, Taguatinga, Brazlândia, Samambaia, e Santa Maria”, destacou.

Marcos Trajano explica que o horto nasce da iniciativa de integrar o cuidado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para além dos procedimentos de saúde oferecidos pelo sistema (consultas, tratamentos e cirurgias), e de poder fazer isso de forma ecológica. A comunidade participa ativamente do cultivo e plantio dos insumos que são destinados à Farmácia Viva, para que sejam remanejados e distribuídos de forma segura. “É um encontro da ciência com o nosso compromisso de atuar contra os problemas causados pela emergência climática. Há o cuidado com a flora e com a fauna no desenvolvimento dos insumos que podem se transformar em medicamentos para a população”, diz Trajano.

Uso consciente

Renata Esotico, fisioterapeuta integral e terapeuta floral, especializada em fitoterapia, explica que o uso das ervas medicinais e fitoterápicos ocorrem de formas variadas, incluindo com pílulas ou chás preparados em casa, e os benefícios são variados. “Por serem naturais, têm um melhor benefício orgânico, gerando o efeito que nós precisamos sem afetar o organismo com o resquício de toxicidade da medicação alopática.” Entre as possibilidades de ação das ervas no organismo, a terapeuta cita as propriedades anti-inflamatórias, antibióticas, calmantes e, em contrapartida, estimulantes.

“Pela visão da medicina tradicional chinesa, há ervas tranquilizantes como a cidreira e camomila que podem auxiliar no tratamento de questões psicológicas, acalmando em situações de frustração e rotinas estressantes. Além de auxiliar no bom funcionamento do fígado.” No entanto, há contraindicações em relação ao uso das plantas, e, segundo a terapeuta, a superdosagem das ervas pode ter um efeito prejudicial ao organismo. “Os riscos vão desde uma intoxicação e sobrecarga do organismo até agitação e insônia, comuns no uso excessivo de ervas estimulantes, como a ginseng e raízes como cúrcuma e gengibre.”

A fisioterapeuta reforça a importância de buscar orientação antes do uso dos fitoterápicos.

Fitoterápicos

Atualmente, o horto trabalha com mais de 120 espécies de plantas diferentes, dentre elas, nove plantas que dão origem a 13 fitoterápicos diferentes, produzidos pelas Farmácia Viva do Riacho Fundo 1 e de Planaltina. Entre eles:

  • Gel de babosa (Aloe Vera)
  • Gel de erva-baleeira (Cordia Verbenacea)
  • Gel de confrei (Symphytum officinale)
  • Gel de alecrim-pimenta (Lippia sidoides)
  • Tintura de alecrim-pimenta (Lippia sidoides)
  • Xarope de guaco (Mikania laevigata)
  • Tintura de guaco (Mikania laevigata)
  • Chá medicinal de colônia (Alpinia zerumbet)
  • Tintura de boldo nacional (Plectranthus barbatus)
  • Tintura de funcho (Foeniculum vulgare)
  • Chá medicinal de guaco (Mikania laevigata)

Fonte: Correio Brasiliense

Agrofloresta se torna alternativa ao método de cultivo convencional

A crise climática tem provocado debates em diferentes setores em economias do mundo todo. Um dos principais é o de produção de alimentos, no qual existem esforços para garantir itens de qualidade para todos, causando o menor impacto possível ao meio ambiente. Os sistemas agroflorestais (SAFs), caracterizados pela diversidade de culturas em um mesmo canteiro, apresenta-se como uma dessas alternativas ao método convencional.

Produção de alimentos orgânicos, geração de renda, conservação do solo e aumento da biodiversidade são algumas das vantagens do modelo, de acordo com Hamilton Favilla, assessor especial da Subsecretaria de Gestão de Águas e Resíduos Sólidos, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Distrito Federal. Ele também enumera como aspectos positivos a melhoria na qualidade de vida dos agricultores, a ampliação da ciclagem de nutrientes e o aumento da disponibilidade de água.

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Hamilton detalha que o uso dessa tecnologia contribui para reordenar e restaurar o ambiente natural, por meio de uma produção em comunhão com a floresta. O sistema reúne, em uma mesma área, o plantio de hortaliças, de frutas e de madeiras, o que possibilita a recuperação de espaços degradados, a proteção do ecossistema e dos mananciais de água.

“Nesse tipo de agricultura, não é necessário o uso de defensivos químicos ou agrotóxicos. O ponto principal é a aplicação de adubos orgânicos de origem animal, principalmente oriundos do manejo das próprias agroflorestas”, destaca Favilla.

O projeto CITinova, coordenado pela Sema, implantou 20 hectares de sistemas agroflorestais mecanizados em 37 propriedades rurais do Distrito Federal. A iniciativa, financiada pelo Global Environment Facility — GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente) e implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), também desenvolveu equipamentos agrícolas, como enxada rotativa subsoladora; ceifadeira-enleiradeira; e podadora em altura. Foram plantados 1.100 indivíduos de 25 espécies de árvores nativas do Cerrado — gerando 52 variedades de alimentos produzidos —, 10.298 árvores frutíferas e 9.424 eucaliptos.

Prosperidade

A professora aposentada Gedilene Lustosa, 51 anos, foi uma das contempladas pelo CITinova. Ela, que vem de uma família de assentados da reforma agrária e o marido é agricultor familiar desde os anos 1980, enveredou pelo caminho do magistério, mas sempre quis ter uma agrofloresta na propriedade onde vive, no Caub, sonho que começou a ser realizado em 2020.

Na chácara, a agrofloresta coexiste com canteiros de agricultura convencional, mas a nova forma de cultivo alterou hábitos no trabalho do marido. “A principal mudança é que não usamos mais pesticidas. Ele ainda usa fertilizante, coisa que eu não faço no meu SAF”, detalha. Para o combate de pragas, Gedilene lança mão de repelentes biológicos, como óleo de neem, calda de fumo, boveril e dipel.

O sonho foi motivado, principalmente, pela busca da preservação das nascentes da região. “Agora, o poço não seca mais na época de estiagem, e tenho maior diversidade de alimentos produzidos”, comemora.

O canteiro é um mosaico de culturas. Crescem, lado a lado, milho, banana, maracujá-pérola, laranja, mandioca, urucum, cúrcuma, cenoura e inhame. A renda da empreendedora foi impactada positivamente, sobretudo, após começar a comercializar cestas de vegetais encomendadas por pessoas de outras cidades do DF.

Saúde e educação

O Coletivo Aroeira adotou a agroecologia como forma de promover saúde mental e educação ambiental. O público-alvo das ações inclui profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas que passaram pelo sistema penitenciário e quem esteve em situação de rua.

No momento, o grupo, fundado em 2018, está em processo de instalação de uma agrofloresta no Parque Ecológico do Riacho Fundo, gerido pelo Instituto Brasília Ambiental, restaurando uma área que estava degradada. “Nosso objetivo é proporcionar diversidade de plantas, de frutas e de ervas medicinais para a população do Riacho Fundo 2. Em 16 de março de 2023, começamos a parte do plantio junto à comunidade, também oferecendo atividades de educação ambiental”, detalha Ana Cavalcanti, psicóloga integrante do coletivo.

A previsão é de que a estrutura tenha mais de 50 espécies, como milho, inhame, abóbora, mandioca, plantas medicinais, espécies frutíferas e nativas do Cerrado. “A vantagem do SAF é que ele nos permite que criemos uma floresta com todos os serviços ecológicos que esse espaço proporciona, como captação de água, limpeza do ar, mais qualidade de vida no solo e para a fauna local — abelhas e outros insetos —, conservação de espécies nativas e criação de um microclima”, elenca.

A psicóloga destaca, ainda, que, fora os benefícios para a comunidade, a educação ambiental, que é imperativo da agricultura agroflorestal, é um elemento central na discussão da crise climática. “Agroecologia sem debate político é apenas apenas jardinagem”, avalia a psicóloga.

Fonte: Correio Brasiliense

Silvicultura de nativas: O que é, tipos, retornos ambientais e econômicos

A restauração de paisagens e florestas é uma das medidas mais importantes para combater a emergência climática. Ao mesmo tempo em que é uma medida eficaz para proteger o solo, recuperar nascentes, deixar o ar mais limpo e a temperatura mais amena, a restauração também traz oportunidades de trabalho e retorno financeiro.

Além do plantio ecológico, existem modelos de restauração que atuam em conjunto com sistemas econômicos, gerando renda no meio rural, desenvolvendo uma economia florestal e, assim, beneficiando toda a sociedade.

O que é silvicultura de nativas e quais são seus benefícios ecológicos

Silvicultura de nativas é o plantio e cultivo de árvores de espécies nativas brasileiras para uso econômico. São plantios planejados para colheita e comercialização de madeira ou produtos florestais não madeireiros, gerando emprego e renda no campo.

Além da sua relevância econômica, a silvicultura de nativas tem presente um importante componente de sustentabilidade: por se tratar de espécies de árvores brasileiras, a atividade traz benefícios para a biodiversidade e contribui com serviços ecossistêmicos como a melhora da qualidade da água e do solo e o fornecimento de abrigo para fauna.

Também desempenham um papel fundamental no combate à emergência climática. Estudo recente publicado na revista Science identificou as florestas como partes importantes na mitigação das mudanças climáticas. Florestas plantadas capturam o carbono da atmosfera, que fica retido na madeira, ajudando a mitigar efeitos das emissões de gases de efeito estufa. A madeira de espécies nativas brasileiras é um produto de alto valor agregado que, em geral, tem um tempo de crescimento maior do que as espécies exóticas tradicionais. Por isso, essas árvores estocam carbono por um período mais longo, tanto durante o crescimento no campo quanto nos produtos de madeira sólida originados destas árvores. O período de crescimento mais prolongado também reduz a quantidade de intervenções que podem causar impactos no ambiente, como a colheita e a manutenção de estradas rurais.

Por fim, ao colocar madeira que foi plantada e cultivada para fins comerciais no mercado, a silvicultura de nativas ajuda a aliviar a pressão do desmatamento em áreas de florestas naturais. O plantio de espécies nativas pode ser feito mais próximo dos centros consumidores, eliminando desperdícios no processamento da madeira, empregando diferentes materiais genéticos, e ainda oferecendo outros benefícios. Dessa forma, o reflorestamento com nativas desempenha o papel duplo de impulsionar a economia por meio da comercialização de madeira de origem responsável e de ampliar a proteção das florestas ao desincentivar que árvores centenárias sejam utilizadas para o mesmo fim.

Silvicultura de nativas faz sentido do ponto de vista econômico?

Se os benefícios ambientais do reflorestamento com nativas estão bem estabelecidos, podemos dizer os mesmos dos resultados econômicos da silvicultura de nativas? Por que um produtor deveria investir em plantar florestas?

A resposta é positiva. O WRI Brasil vem trabalhando nos últimos anos em identificar empresas, produtores rurais e organizações que plantam nativas para fins econômicos, e avaliar o resultado econômico dessas operações.

O projeto Verena, por exemplo, conduzido pelo WRI Brasil em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e com a Fundação GoodEnergies, desde 2016 trabalha para demonstrar o potencial econômico do reflorestamento com nativas. Em um estudo com 12 propriedades rurais da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, o projeto comprovou que a atividade é competitiva. A análise comparativa mostrou que o uso de espécies nativas gera um retorno econômico maior do que a silvicultura com espécies exóticas, visto que a taxa interna de retorno mediana obtida na análise foi de 12,9% dos modelos com nativas, contra 11% para cultivo de eucalipto.

São vários os modelos de plantio que um produtor rural pode implantar para apostar na silvicultura de nativas. Alguns dos modelos de negócios identificados pelo projeto Verena são:

  • Plantio econômico biodiverso: diferentes espécies nativas, ordenadas segundo um desenho espacial definido de acordo com as condições ecológicas de cada espécie.
  • Plantio econômico monocultura: cultivo de uma única espécie nativa, plantada geralmente em linhas e com manejo semelhante ao do eucalipto.
  • Plantio misto (nativas e exóticas): utiliza espécies nativas e exóticas; por exemplo, mogno africano associado a outras espécies nativas.

Algumas das árvores nativas madeireiras mais utilizadas nos modelos são o paricá, o jequitibá-rosa, o louro-pardo, o louro-freijó, o mogno, o guanandi, a tatajuba e a família dos ipês. Já entre as espécies nativas de produtos não madeireiros estão o cacaueiro, o açaizeiro, a macaúba, a erva-mate, o cumaru, a candeia e a palmeira juçara.

Quem trabalha com silvicultura de nativas no Brasil

Um dos nomes de sucesso na silvicultura de nativas no Brasil é Bruno Mariani. O empresário está à frente da Symbiosis Investimentos, empresa que trabalha com o reflorestamento comercial de espécies nativas da Mata Atlântica para produzir madeira serrada de alta qualidade. Bruno e sua empresa aliam tecnologia ao plantio com fins econômicos, trazendo da ciência e do mercado os instrumentos necessários para instaurar uma economia florestal ao mesmo tempo produtiva e sustentável.

A Symbiosis move uma bioeconomia de produtos florestais madeireiros, promove a restauração da Mata Atlântica, ajuda a recuperar serviços ambientais e realiza a captura de carbono tanto na madeira quanto no solo, sem perder a produtividade e o lucro. A empresa opera em um modelo que mantém 40% das áreas destinadas para conservação e 60% para a produção. Áreas de pastagem pouco produtivas empregam poucas pessoas; a Symbiosis, em comparação, mantém mais de 40 pessoas trabalhando em todas as etapas da cadeia da restauração.

Bruno Mariani não é o único. Empresas como a Futuro Florestal, a Amata e a Fazenda Nova Coruputuba também estão mostrando que é possível obter retorno financeiro com o plantio de árvores nativas.

Pesquisa & Desenvolvimento para impulsionar as nativas

Exemplos como o de Bruno Mariani sugerem o quanto a silvicultura com espécies nativas poderia ser beneficiada com mais investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Para suprir essa lacuna, uma rede de organizações parceiras, entre as quais o WRI Brasil, vem atuando ao longo dos últimos anos em diferentes projetos, estudos e iniciativas.

Investir em P&D pode alavancar ainda mais esse potencial. Para demonstrar o quanto, o WRI Brasil conduziu o estudo “Prioridades e Lacunas de Pesquisa & Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas no Brasil”, analisando diferentes cenários de investimento para estabelecer uma plataforma de P&D para espécies nativas da Amazônia e da Mata Atlântica. Um dos cenários, incluindo 30 espécies de árvores nativas, apontou um retorno de US$ 2,39 para cada dólar investido em um período de 20 anos.

Na esteira desse trabalho, em abril de 2021 a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura lançou o Programa de Pesquisa & Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas (PP&D-SEN). É o primeiro programa nacional de P&D para árvores nativas e vai conectar instituições de pesquisa, universidades, empresas, governos, sociedade civil e financiadores, formando uma rede inicial de 20 sítios para o desenvolvimento de pesquisas de espécies da Amazônia e da Mata Atlântica.

O PP&D-SEN vai abranger pesquisas em três áreas principais: produção florestal; meio ambiente e paisagem; e dimensões humanas. Estudar as relações entre essas áreas vai ajudar a compreender como elas influenciam a restauração na prática e, consequentemente, a promover a silvicultura com árvores nativas.

Silvicultura de nativas: bom para o clima, para a economia e para as pessoas
O Brasil tem o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares de áreas degradadas, de acordo com Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). A restauração florestal, por meio da silvicultura com espécies nativas, é uma das medidas mais eficazes para alcançarmos esse objetivo.

O investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a parceria entre o projeto Verena, empreendedores e entidades do setor podem ajudar a aumentar a escala da restauração e atrair os investimentos de que atividade precisa para se desenvolver e fazer parte da solução contra as mudanças climáticas. A silvicultura com espécies nativas é um ganho para o clima, para a economia e para as pessoas: a atividade tem o potencial de incentivar uma economia florestal pujante, gerar renda e oportunidades de trabalho no meio rural, além dos evidentes benefícios ambientais, como a captura de carbono e a melhora da qualidade do solo, da água e do ar que respiramos.

Fonte: WRI Brasil

 

iLPF: os benefícios econômicos e ecológicos da integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o país

O Brasil tem uma grande oportunidade no setor agropecuário: a de expandir seu rebanho bovino ao mesmo tempo em que cumpre o Código Florestal, protege florestas e regenera áreas naturais. Estudo publicado na revista científica Royal Society Open Science, de Londres, mostrou que a recuperação de pastagens degradadas pode aumentar o rebanho bovino brasileiro no tamanho de um Uruguai.

Para isso, é preciso melhorar a qualidade dos 69 milhões de hectares de pastagens degradadas no país. Recuperar essas áreas pode aumentar a produtividade da pecuária sem colocar em risco as florestas e a biodiversidade, gerando oportunidades de trabalho no meio rural e retornos econômicos para o país. Uma das formas de fazer isso é por meio da integração entre áreas de cultivo com pecuária e florestas.

Em uma série de três artigos, o WRI Brasil mostra modelos de restauração de paisagens e florestas com fins econômicos, identificando o importante papel que eles exercem dos pontos de vista ambiental, econômico e social. Neste texto, entenda o que é e como funciona a integração de lavoura e pecuária com as florestas, conhecida como iLPF.

O que é a iLPF e quais as vantagens para a economia e a natureza

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), também conhecida como sistema silvipastoril, é uma estratégia de produção sustentável que integra pecuária, atividades agrícolas e florestais, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes e otimizando aumentos da produtividade com a conservação de recursos naturais. Essa integração pode ser feita ao mesmo tempo ou de forma sucessiva, plantando um tipo de cultura que é, depois, substituído pela criação de animais ou pela plantação de vegetação nativa. São quatro os arranjos possíveis:

  • Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)
  • Integração Lavoura e Pecuária (iLP)
  • Integração Pecuária e Floresta (iPF)
  • Integração Lavoura e Floresta (iLF)

Em um país onde a pecuária é responsável por uma parcela importante do PIB do agronegócio, adotar a iLPF permite aumentar a produtividade sem a necessidade de abrir novas áreas de pastagens. Também é uma alternativa atrativa para a restauração porque, assim como a silvicultura de nativas e os sistemas agroflorestais, alia benefícios econômicos e ecológicos.

Segundo nota técnica da Embrapa, entre os benefícios ambientais da iLPF há a melhora os nutrientes no solo, o bem-estar dos animais e a proteção dos recursos naturais, além dos ganhos com o cultivo de alimentos saudáveis. Em termos econômicos, a técnica aumenta a produção de grãos, fibras, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros e, com isso, gera empregos diretos e indiretos e contribui para a renda dos produtores.

Além disso, a iLPF pode ser uma ferramenta eficaz para que produtores rurais se protejam de eventos climáticos extremos. O estudo Papel do Plano ABC e do Planaveg na Adaptação da Agricultura e da Pecuária às Mudanças Climáticas avaliou o impacto de uma série de tecnologias agrícolas previstas no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), incluindo os sistemas integrados. A análise da iLPF mostra que ela melhora o clima local e a qualidade do solo, reduz eventos extremos e pragas, além de trazer ganhos em produtividade.

Quem está fazendo iLPF no Brasil

A integração Lavoura-Pecuária-Floresta está prevista nas políticas públicas brasileiras, como o Plano ABC e o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). Além disso, o país se comprometeu com uma meta de implementar 5 milhões de hectares de iLPF em todo o país até 2030.

Segundo a Rede iLPF, há no Brasil cerca de 17 milhões de hectares com produção em sistemas integrados. A maior parte (em torno de 80%) integra lavoura e pecuária, sem introduzir árvores no sistema. A parte que integra o componente florestal utiliza predominantemente o eucalipto, pelo seu rápido crescimento e outros fatores que facilitam a implantação pelo produtor. A Rede projeta uma meta de atingir 35 milhões de hectares com o sistema iLPF até 2030, mostrando que há ainda uma grande oportunidade para restaurar e integrar florestas nas produções agropecuárias.

Com a grande biodiversidade e o potencial agrícola que o Brasil tem, é possível aproveitar esta oportunidade com ainda maiores ganhos ecológicos e, inclusive, econômicos, ao se utilizar espécies florestais nativas nos sistemas iLPF. O WRI Brasil levantou mais de 50 fazendas que utilizam diversas espécies nativas em sistemas iLPF.

Integração de pecuária com plantio de árvores nativas

Um caso piloto de como as árvores podem impulsionar a pecuária é o caso bem-sucedido de Vila Velha (ES), com a experiência de Jurandir Melado na Fazenda Ecológica. A fazenda faz o manejo de pastagens ecológicas utilizando o Sistema Voisin Silvipastoril, técnica adaptada por Jurandir a partir do método Voisin, que possibilita o equilíbrio entre solo, pasto e gado, aliado à introdução de árvores para conforto térmico dos animais. A experiência tem apoio do projeto Renovando Paisagem, que em uma de suas frentes de ação implementa unidades demonstrativas utilizando técnicas de produção sustentável.

Outro projeto piloto de pecuária com árvores acontece em Teixeira de Freitas, na Bahia. O Ministério Público Estadual da Bahia, com apoio do WRI Brasil, desenvolve o projeto Pecuária Sustentável, que utiliza a mesma técnica para estimular a atividade pecuária a partir do manejo sustentável das pastagens. Ao permitir a rotatividade do gado em áreas delimitadas previamente, aliando o bem-estar dos animais ao descanso necessário do solo e do pasto, o projeto espera aumentar a produtividade dos produtores locais sem gerar danos ao meio ambiente. Segundo técnicos contratados pelo projeto, a expectativa é que o sistema Voisin Silvipastoril consiga aumentar em até 20% a produção de leite e aumentar em até quatro vezes os ganhos no gado de corte.

iLPF: um ganho para a restauração e para a economia

A pecuária bovina é uma atividade importante para a economia brasileira, e recuperar áreas de pastagens degradadas sem aumentar a pressão sobre os recursos naturais, por meio de alternativas como a iLPF, é a melhor estratégia para expandir o setor.

Segundo estudo da iniciativa Nova Economia para o Brasil, a recuperação de pastagens degradadas é peça-chave para uma retomada econômica verde. O estudo demonstrou que o esforço de recuperação custaria em torno de R$ 25 bilhões – apenas 10% do montante do Plano Safra – e, em dez anos, esse valor não apenas seria compensado como resultaria em um retorno de R$ 19 bilhões.

A recuperação de pastagens degradadas e a expansão da integração Lavoura, Pecuária e Floresta andam juntas. A pecuária bovina é uma atividade altamente produtiva em diversas regiões do Brasil, mas sistemas extensivos e de baixa tecnologia ainda fazem com que o setor não alcance todo o seu potencial de eficiência. Modelos que aliam a produção de alimentos saudáveis à criação de animais e ao cultivo de espécies arbóreas, como a iLPF, ajudam a promover essa mudança mantendo ou aumentando a produtividade, conciliando crescimento econômico e o cuidado com a natureza.

Fonte: WRI Brasil

 

Sistemas Agroflorestais (SAFs): o que são e como aliam restauração e produção de alimentos

O Brasil tem pela frente o grande desafio de restaurar florestas e paisagens, recuperando milhões de áreas degradadas e regenerando florestas. Essa restauração é crucial para cumprir com os compromissos climáticos e ajudar o país a fazer a transição para uma economia de baixo carbono.

Para que essa restauração florestal ganhe escala, é importante que ela gere oportunidades no campo para agricultores e agricultoras familiares, produtores e produtoras rurais, comunidades e empresas. Há formas de gerar melhorias ambientais e, ao mesmo tempo, criar oportunidades de trabalho e renda no campo. Em uma série de três artigos, o WRI Brasil mostra alguns desses modelos, identificando o importante papel que eles exercem dos pontos de vista ambiental, econômico e social. Neste primeiro texto, conheça mais sobre os Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como SAFs ou agroflorestas.

SAFs: o que são e quais as vantagens ecológicas e econômicas

Um sistema agroflorestal é uma forma de uso e ocupação do solo em que árvores são plantadas ou manejadas em associação com culturas agrícolas ou forrageiras. Em outras palavras, é um sistema em que o produtor planta e cultiva árvores e produtos agrícolas em uma mesma área, garantindo a melhora de aspectos ambientais e a produção de alimentos e madeira.

Para ser um sistema agroflorestal efetivo, é importante que esse sistema seja desenhado seguindo uma lógica de produção, levando em consideração solo, clima, mercado, composição de espécies, arranjos, operação, objetivo com a produção, custos e a legislação. O objetivo é garantir que as espécies trabalhem juntas. Por exemplo, algumas espécies agrícolas já consolidadas, como cacau, café ou erva-mate, crescem bem na sombra de árvores. O produtor pode combinar esses plantios com árvores como araucárias, seringueiras, açaizeiros, entre outras.

Os benefícios econômicos para os produtores são múltiplos. Primeiro, eles garantem renda ao longo do tempo, porque podem comercializar primeiro as espécies agrícolas de crescimento rápido, depois espécies de médio prazo, como as frutíferas e, no longo prazo, as espécies madeireiras de alto valor agregado. As árvores plantadas no sistema também podem funcionar como uma “aposentadoria” para agricultores familiares – elas podem demorar décadas para crescer e serem comercializadas, mas quando chega a hora da colheita, proporcionam um bom retorno do investimento inicial.

As vantagens ambientais também são grandes. As árvores têm importante papel na redução da degradação, melhora da qualidade do solo e da água da propriedade, entre outros.

Pesquisas recentes mostram também que os Sistemas Agroflorestais podem exercer um importante papel na adaptação a eventos climáticos extremos. As alterações nos padrões do clima são uma ameaça à produção agrícola em todo o mundo. Estimativas indicam que as mudanças climáticas podem reduzir a produtividade global da agricultura em 17%. O IPCC identificou o plantio em sistemas agroflorestais como uma das medidas mais interessantes para a adaptação climática, tornando as propriedades rurais mais resilientes e resistentes a pragas, secas e inundações.

Quem está produzindo com sistemas agroflorestais no Brasil

Os sistemas agroflorestais já são uma realidade no Brasil. Há milhares de iniciativas de agricultores familiares produzindo e restaurando ao mesmo tempo no país todo. Na Amazônia, por exemplo, a Aliança pela Restauração da Amazônia identificou mais de 1.600 iniciativas de restauração por meio de SAFs no bioma. Na Mata Atlântica, o podcast Tom da Mata, do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, teve um episódio exclusivo sobre as agroflorestas. E movimentos sociais também apostam nos SAFs: o MST, por exemplo, colocou as agroflorestas como elemento-chave de seu plano de plantar 1 milhão de árvores.

A série As Caras da Restauração, do WRI Brasil, contou algumas histórias de pessoas que estão fazendo a restauração acontecer – muitas delas se utilizando dos modelos de sistemas agroflorestais. Em Juruti, no Pará, a mandioca, principal fonte de renda, é cultivada junto com árvores em um sistema integrado. A família Soares é uma das que mudaram sua relação com a terra e hoje colhem os frutos do cultivo utilizando SAFs. A família substituiu as práticas de monocultura e o uso do fogo para limpar a terra pelo consórcio entre diferentes espécies. Com isso, deixaram de depender apenas da mandioca. A família está gerando renda com a venda de frutas, óleos, essências e outros produtos agrícolas que oferecem mais segurança alimentar, renda e resiliência.

Outra história de sucesso é a de Patrick Assumpção. Em Pindamonhangaba (SP), Patrick comanda a Fazenda Nova Coruputuba, onde testou diferentes modelos de sistemas agroflorestais. Os testes combinaram o plantio de madeira nativa com leguminosas; madeira, leguminosas e frutas; ou, ainda, o plantio de plantas com valores culturais ou tradicionais. Os resultados indicam quais modelos tiveram melhor desempenho na região, e podem ser adaptados e espalhados por todo o Vale do Paraíba, desencadeando um movimento pela restauração.

Como aumentar a escala dos sistemas agroflorestais

Muitas iniciativas já mostram que SAFs são um bom negócio tanto para os produtores quanto para o meio ambiente. Mas como impulsionar esse modelo para que ganhe escala e se espalhe pelo país? O primeiro passo é aprofundar conhecimentos sobre fatores como taxa de crescimento, produtividade e mercado, além de identificar bons modelos (de negócios e de plantio) para atrair investimentos. Empreendimentos que trazem inovação para o setor também são essenciais para implementar transformações com base nos conhecimentos aprofundados.

Em parceira com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o WRI Brasil criou a ferramenta de investimento VERENA, que permite analisar o retorno financeiro de modelos de reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais. Na mesma linha, a Metodologia de Avaliação de Oportunidades de Restauração (tradução da sigla em inglês ROAM) avalia os fatores da paisagem que podem favorecer a restauração e ajuda a engajar e articular os agentes e entender suas necessidades e desafios, identificando o quê, como e onde empreender esforços de restauração. A metodologia parte da análise de dados para indicar boas oportunidades, avaliando o custo-benefício e assinalando possíveis fontes de recursos públicos e privados.

Fonte: WRI Brasil

 

4 contribuições da agroecologia para a saúde do Brasil

Com apoio da FIOCRUZ e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), listamos quatro pontos fundamentais que fazem do movimento agroecológico um aliado fortíssimo da saúde da população brasileira.

Caminhando de mãos dadas, nossos direitos à saúde e à alimentação têm sido atropelados pelos governos que deveriam promovê-los. Principalmente por meio dos intermináveis incentivos públicos a um sistema alimentar que comprovadamente envenena nossas terras e águas, gera desmatamento e promove injustiças sociais. Tudo isso enquanto joga nas prateleiras dos supermercados alimentos ultraprocessados e banhados de agrotóxicos.

Não é por acaso que os cientistas vêm alertando sobre o risco de surgirem novas pandemias como a da COVID-19, por conta dos desequilíbrios ecológicos gerados com grande contribuição de um modelo de agricultura baseada no lucro. E não é coincidência que as principais causas de morte hoje, no Brasil e no mundo, são doenças ligadas à alimentação: problemas cardíacos, câncer, diabetes e AVC geram gastos à saúde pública que chegam à casa dos trilhões de dólares globalmente.

Ancorado em um agronegócio que mira nos lucros altos e nas exportações de commodities (dá uma olhada neste vídeo com a atriz Alice Braga!), o atual modelo brasileiro de produção de alimentos adoece e mata. Seja pela boca, ou pela devastação que provoca ao meio ambiente e à nossa diversidade cultural.

A saída tem nome: agroecologia

Já faz algumas décadas e crescem cada vez mais as evidências e recomendações científicas confirmando o que povos tradicionais já defendem e praticam há milênios: para garantir a saúde e o bem viver de todas as pessoas, precisamos fortalecer os caminhos de transição para sistemas de produção, distribuição e consumo de alimentos que sejam aliados da natureza, não inimigos. Que sejam diversos, não homogêneos. Que sejam justos, não desiguais. E que sejam saudáveis, não tóxicos.

A boa notícia é que esse modelo já existe, e é colocado em prática em todos os cantos do Brasil, pelas mãos da agricultura familiar, camponesa, e dos povos tradicionais e originários. Com a bênção da ciência e dos saberes populares, esse modelo tem nome: AGROECOLOGIA.

Segue o fio que a gente te apresenta abaixo 4 contribuições fundamentais da agroecologia para fortalecer a saúde da população brasileira – e, quem sabe, do mundo todo.

Agroecologia produz comida de verdade, e sem agrotóxicos

O Brasil está encharcado de agrotóxicos: a cada ano, cerca de 500 mil toneladas de veneno são despejados em território nacional. Desde o início do governo Bolsonaro, mais de 1.228 novos produtos químicos foram autorizados no país. Estamos reféns de um modelo de produção agrícola quimicamente dependente.

Inúmeros trabalhos científicos associam o uso de agrotóxicos a problemas gastrointestinais, respiratórios, malformação congênita de fetos, câncer e inúmeras outras doenças. No Brasil, pelo menos 8 pessoas são intoxicadas a cada dia. Em 2017, o Ministério da Saúde fez um levantamento em 2.600 municípios brasileiros para detectar a presença de agrotóxicos na água distribuída à população: foram encontrados resíduos de veneno em 92% das cidades monitoradas.

Vivemos uma verdadeira ‘epidemia’ do veneno. E ela é insustentável no longo prazo. Não é por acaso que entre 2000 e 2014 o uso de agrotóxicos no Brasil deu um salto de 134%: quanto maior a devastação dos ambientes naturais, mais aditivos químicos são necessários para compensar esse desequilíbrio. E neste ciclo sem fim, os solos ficam cada vez mais pobres, assim como os alimentos que nascem ali.

Mas a agroecologia vem justamente romper com esse sistema que acaba com as terras e com a saúde da população. Afinal, ela tem como princípio a produção de alimentos em solo rico, vivo, saudável. Busca incansavelmente o equilíbrio ambiental, a justiça e a harmonia entre todos os seres visíveis e invisíveis. E é justamente esse equilíbrio fino da natureza que garante uma produção livre de agrotóxicos e aditivos químicos.

Agroecologia protege o meio ambiente

“Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio”. A dica da agrônoma Ana Primavesi é o ponto de partida da prática agroecológica. Enquanto o modelo atual de produção de alimentos precisa desmatar para produzir, a agroecologia depende de uma relação harmônica com a natureza para existir – não é à toa que ela carrega ECOLOGIA em seu nome, né?!

É por isso que os sistemas agroecológicos não esgotam os solos, não desperdiçam água e não contaminam o ambiente com venenos. Ninguém força a barra pro arroz e o feijão crescerem mais rápido, ou para mandioca ganhar mais peso: nesse grande organismo vivo, os ciclos naturais são respeitados, e é da cooperação mútua entre as plantas e demais seres vivos que nasce a proteção natural contra doenças e infestações de insetos, por exemplo. Ou seja: é da diversidade que nasce o equilíbrio.

Ali, quem comanda o expediente não é o lucro: é a natureza e a saúde das pessoas. Colocada em prática por milhões de agricultoras e agricultores familiares e povos tradicionais no país todo, a agroecologia tem um imenso potencial de transformar os sistemas agroalimentares e fortalecer os territórios, promovendo a saúde e melhorando as condições de vida de todo mundo.

Agroecologia preserva nossas culturas alimentares

Na história da humanidade, aprendemos a comer guiados pela cultura. E atravessamos gerações acumulando conhecimentos sobre o que devemos plantar e ingerir para estar com a saúde em dia. Mulheres, em especial, até hoje guardam saberes profundos sobre práticas de cuidado e saúde por meio da agricultura, da alimentação e do uso de plantas medicinais – que atire as primeiras rodelas de gengibre e limão quem nunca tomou aquele xarope ou aquela sopinha revitalizante da avó.

Mas de algumas décadas para cá, as corporações das indústrias farmacêutica e de alimentos nos afastaram desse conhecimento milenar do que é comida, do que nos alimenta e do que nos mantém saudáveis. O agronegócio padroniza e empobrece nossa dieta alimentar porque produz com os olhos voltados para o mercado, não para a saúde e as necessidades da população. A cada campo de monocultura semeado, os tratores vão apagando a diversidade de memórias, gostos, histórias, nutrientes e saberes que teimam em permaencer vivos em todas as regiões do Brasil.

Enquanto isso, a agroecologia vai reacendendo essas lamparinas de conhecimento e saúde por onde passa. Com as mulheres na linha de frente, o movimento agroecológico vem resgatando e tornando visível em todos os cantos do país os saberes e sabores tradicionais que costuram inovação, agricultura, comida, saúde e cuidados que vão além da alimentação. Seja rebrotando sementes esquecidas, espalhando as maravilhas das plantas medicinais ou fincando na terra alimentos que fazem parte da identidade brasileira.

Agroecologia combate a fome

A agroecologia existe para que as pessoas se alimentem bem e vivam com saúde (alô segurança e soberania alimentar e nutricional!). Já o agronegócio está no mundo com outros objetivos. Como o próprio nome já entrega, ele existe para fazer negócios e gerar lucro com as mercadorias agrícolas que produz.

Partindo daí fica mais fácil de entender porque metade da população brasileira adoece com os sintomas da fome enquanto o agronegócio comemora suas cifras bilionárias e seus novos recordes de produção e exportação. Fica mais evidente ainda quando a gente olha para os dados do IBGE e nota que as áreas plantadas de arroz e feijão no Brasil encolheram 53% e 37%, respectivamente, enquanto a soja – a rainha das exportações – expandiu 162% entre os anos 2000 e 2019.

A fome é uma escolha política. E para acabar com ela, precisamos de um modelo de produção que exista para alimentar pessoas, não empresas. Um modelo operado não por corporações, mas por milhões de famílias que valorizam a sociobiodiversidade local e fortalecem a economia solidária para produzir alimentos. Alimentos que vão alimentar outras famílias e a si mesmas.

Fonte: e-Cycle

Trazendo a natureza de volta

Ao participar do REDESER, Auzileide aprendeu sobre cultivo sustentável e ressignificou a relação com o meio ambiente. Ela foi uma das agricultoras envolvidas na iniciativa de combate à desertificação realizada pela FAO e pelo MMA.

Enquanto caminha entre pés de mamão, banana e macaxeira, Auzileide Bezerra da Costa descreve com admiração as transformações ocorridas naquele lugar. O mamoeiro é alto e carregado de frutos. Nas hortas, as folhas verdes de couve, salsinha e alface de vários tipos e tamanhos se destacam em meio ao terreno rochoso do sertão cearense. Há 8 meses, a roça da dona Auzileide era outra. “O papaya era muda. A gente não tinha esses pés de coco, a bananeira era pequena”, conta.

“É gratificante ter em nosso dia a dia alimentos sem agrotóxicos. Tudo o que a gente produz é para o consumo da família. Eu nunca pensei em ver isso aqui na nossa área. Para mim, é um orgulho!”, comemora.

Próxima ao município de Crato, a propriedade de 3 mil m2 cultivada por Auzileide e sua família se tornou exemplo de agrofloresta ao integrar as ações do REDESER, projeto implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Ali, as atividades são realizadas com o apoio da Associação Cristã de Base (ACB). Financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), a iniciativa visa o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental em áreas suscetíveis à desertificação em cinco estados da região Nordeste por meio da introdução de sistemas agroflorestais para a recuperação dessas zonas. A agrofloresta é uma prática de cultivo que ajuda a recompor a cobertura vegetal e restaurar a saúde do solo degradado, principalmente pelo desmatamento. Permite também que agricultoras e agricultores tenham garantia de segurança alimentar e nutricional, melhor produção e geração de renda.

Na plantação de dona Auzileide, tudo serve de adubo para a terra: espiga de milho, palha, sabugo, casca do feijão, da fava, de laranja, da banana, folhas e galhos. Já o capim não é mais arrancado, mas cortado para forrar o chão e oferecer uma cobertura que resfria o solo, facilita a retenção das águas da chuva durante os meses de estiagem e aumenta a disponibilidade de micronutrientes. Essa tecnologia é conhecida como roça perene.

“A gente trabalhava do jeito tradicional. Antes eu limpava o caminho com a enxada. Às vezes, quando era uma área maior, colocava fogo. Hoje em dia, não. Veio esse outro modo de a gente trabalhar e estamos trazendo a natureza de volta”, explica.

A mudança na forma de cultivar a terra também transformou a vida do filho de Auzileide. Henrique Costa aprendeu como limpar a área, realizar a poda, entendeu o que se deve ou não plantar e decidiu se tornar técnico do projeto. Agora, ele compartilha com agricultoras e agricultores rurais novos métodos de manejar o solo. “Ensinamos o passo-a-passo para quando a gente não estiver mais ali, a pessoa saiba plantar e multiplicar o que aprendeu”, conta.

Ao descrever as etapas para se implementar uma agrofloresta, Henrique relembra o início dos trabalhos na propriedade da família: “Aqui era um mato enorme. Foi feita uma limpeza geral. Viram que meu foco era hortaliça. Começaram por implementar os canteiros e a roça perene, que liberta o agricultor da enxada, ensina a usar somente o facão, e cada vez mais vai enriquecendo o solo com o capim”.

De lá para cá, ele e a família colheram “5 ou 6 ciclos” de coentro e alface. Cada ciclo leva em média entre 40 e 45 dias. Quando sobram hortaliças, conseguem oferecer para a vizinhança. Hoje, Auzileide planta pimenta dedo-de-moça e Henrique prepara um molho para vender e incrementar a renda.

Enquanto fala com orgulho do filho e da agrofloresta, Auzileide faz questão de afirmar que segue à risca todo o conhecimento adquirido. “Henrique dizia: ‘mãe, quando varrer o terreiro, junte as folhas e jogue onde a gente plantou. E assim estou fazendo. A gente coloca ali para refazer e fazer uma natureza melhor”, comemora.

REDESER

O projeto REDESER: “Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil – Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade” é fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tem como objetivo interromper e reverter a desertificação em áreas críticas do semiárido nordestino por meio de ações para enfrentar as causas cada vez mais fortes da degradação do solo e da perda de biodiversidade na Caatinga. Realizada em 14 municípios dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Alagoas, a iniciativa busca promover a gestão sustentável dos recursos naturais, implementando localmente práticas que incentivam a conservação ambiental e uma agricultura resiliente ao clima.

5 coisas que você precisa saber sobre agroecologia

A agroecologia é um pacotão do bem para a nossa saúde, meio ambiente e justiça social. Entenda por que você deve apoiar essa forma de produzir alimentos.

Falar sobre boa alimentação está em alta nos últimos anos, mas, para muitas pessoas, o termo “agroecologia” ainda soa como um palavrão. Fizemos este blog para você entender melhor sobre esse conceito e como sistemas alimentares ecológicos podem contribuir para o bem viver das pessoas e do planeta.

1. A agroecologia cuida da nossa saúde e do meio ambiente ao mesmo tempo

Nada melhor do que se alimentar com algo que faz bem não apenas para o nosso mundo interno (nosso corpo), como também para nosso mundo externo (o planeta). A Adriana Charoux, nossa estrategista sênior de Agricultura, Alimentação e Floresta, gosta de dizer que a agroecologia nutre a um só tempo as pessoas e a terra. Ela explica:

“Ainda que tenham diferenças entre si, os sistemas agrícolas de base ecológica colaboram para cuidar de nossa saúde e, ao mesmo tempo, têm enorme capacidade de aliviar os pesados impactos das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, além de contribuírem com a segurança alimentar e nutricional”.

Vantagens para a sua saúde:

  • Menos exposição a agrotóxicos e outros produtos químicos altamente nocivos e utilizados na agricultura convencional e industrial, que podem causar doenças como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas;
  • Aumento da nutrição humana, devido à maior variedade e qualidade dos alimentos.

Vantagens para o meio ambiente:

  • A agroecologia vê a natureza como uma aliada na produção de alimentos e não como algo perigoso, que deve ser controlado ou exterminado para que somente uma cultura se desenvolva. A diversidade de espécies é fundamental;
  • Mais respeito aos processos naturais dos ecossistemas, ao solo, à água e às espécies animais e vegetais;
  • Menor dependência de combustíveis fósseis, cuja queima é um dos grandes motores de emissão de gases de efeito estufa.

2. Ao comprar alimentos agroecológicos, você fortalece agricultores e agricultoras familiares

Para quem pode escolher o que comer, optar por alimentos saudáveis e sem veneno já é muito bom. Agora, se você também puder desviar da porta dos grandes supermercados para comprar diretamente de agricultores e agricultoras familiares, melhor ainda!

Vantagens de encurtar o caminho entre a roça e o seu prato:

  • Acesso a alimentos mais frescos e mais baratos;
  • Fortalecimento da conexão entre as pessoas, porque as mãos que cultivam o seu combustível diário ganham um rosto de verdade;
  • O produtor é melhor remunerado e não fica refém de intermediários, como grandes redes de varejo, que impõem condições comerciais bastante injustas para os pequenos agricultores.

Sobre isso, Adriana reforça: “Quando você elimina intermediários entre produtor e consumidor, é provável que gaste menos com alimentação de qualidade. Sem contar que, ao comer de forma saudável, diminui a chance de usar seu dinheiro com remédios de farmácia”.

Além disso, alimentos livres de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas (os polêmicos transgênicos) significam mais autonomia para o agricultor familiar e produtos mais baratos para você, porque esses insumos externos e tóxicos encarecem a produção e deixam os produtores dependentes de empresas ligadas ao agronegócio.

3. Alimentos agroecológicos podem alimentar todas as pessoas

A agricultura de base orgânica e agroecológica é totalmente capaz de alimentar as pessoas no Brasil e mundo afora. Mais do que isso, este tipo de produção é a forma mais segura e sustentável de produzir comida de verdade, saudável para as pessoas e para o meio ambiente no longo prazo.

“Infelizmente, a lógica da produção agrícola atual está concentrada em produzir e exportar commodities, e não em fornecer alimentos saudáveis. Por isso, essa transição precisa acontecer de forma imediata!”, alerta Adriana.

Argumentos em defesa da agroecologia:

  • O problema alimentar do mundo não está no modelo de agricultura em si, seja convencional, industrial ou agroecológico, e sim no conjunto de escolhas políticas e econômicas atreladas a determinada forma de produzir comida. Em outras palavras, se nossos governantes adotarem sistemas de produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos adequados e justos, toda a população poderá ter sua dose de nutrientes diária garantida;
  • O atual sistema de produção de comida, que prioriza o acesso a alimentos industrializados em vez de alimentos in natura, não garante a segurança alimentar. Apesar de o mundo hoje produzir calorias suficientes para alimentar toda a população mundial, os jornais seguem mostrando notícias chocantes sobre dois extremos: de um lado, pessoas literalmente morrendo de fome; de outro lado, toneladas de comida indo para o lixo e aumento da obesidade em algumas populações;
  • Se incentivar a agroecologia direitinho, todo mundo come: mesmo ocupando menos de um quarto das terras usadas para a agricultura no Brasil atualmente, é a agricultura familiar quem mais coloca alimento de verdade na nossa mesa. A maior responsável pela produção agroecológica no país , ela produz cerca de 70% da nossa comida e representa 67% dos empregos da agropecuária do país, segundo o último Censo Agropecuário Brasileiro, de 2017.

Um exemplo de sucesso:

Hoje, o Brasil é o maior produtor de arroz agroecológico da América Latina. Grande parte dessa produção é garantida pelas mãos de 363 famílias assentadas do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), em áreas de reforma agrária distribuídas em 13 municípios do Rio Grande do Sul. Na safra de 2018/2019, a área plantada foi de 3.433 hectares (o equivalente a mais de 4.800 campos de futebol), divididos em 15 assentamentos. A estimativa de colheita foi de cerca de 16 mil toneladas de arroz!

O que parece mágica não aconteceu da noite para o dia. A produção de arroz nos assentamentos começou de forma convencional, há 20 anos. De acordo com Emerson Giacomelli, um dos produtores de arroz da região, motivos bem sérios levaram os camponeses à transição para a agroecologia: “a profunda crise econômica do setor, o surgimento de inúmeros problemas de saúde, a poluição nos assentamentos, o manejo inadequado de recursos naturais devido ao uso abusivo de agrotóxicos e a busca de autonomia no plantio, beneficiamento e comercialização”.

Agroecologia é sinônimo de diversidade

O Brasil é super reconhecido por suas comidas típicas, pelas tradições alimentares com sabores tão particulares e variados, de acordo com a região do país. Em tempos de mudanças climáticas e em que a agricultura industrial vem ditando os sistemas alimentares, essa mistura e variedade têm se perdido. Ou, pelo menos, não está presente nos supermercados. Temos milhares de espécies conhecidas, documentadas, centenas delas comestíveis, mas nossa dieta do dia a dia tem ficado cada vez mais empobrecida.

Na produção familiar, especialmente a de base agroecológica, seja qual for a técnica utilizada, o que reina são sistemas que se beneficiam da biodiversidade, do manejo combinado de alimentos e cultivo de floresta.

Vantagens da diversidade na produção de alimentos:

  • Mais saúde e nutrientes para nosso corpo: uma agricultura diversificada pode facilitar o acesso a uma alimentação balanceada, tanto para os consumidores quanto para os próprios produtores, que passam a depender menos da compra de alimentos. Além disso, a Fiocruz mostrou que a diversidade na alimentação é uma ótima aliada no combate à desnutrição infantil;
  • Ajuda na manutenção dos ciclos da vida. Não é papo de “O Rei Leão”: culturas diferentes plantadas no mesmo espaço se apoiam mutuamente no crescimento e enriquecimento da terra. A variedade de espécies torna tudo mais colorido, tirando a monotonia, e a terra fica abastecida com nutrientes essenciais para que continue fértil, úmida, sequestrando carbono e mantendo serviços essenciais prestados pela natureza, como a chuva, para a continuidade da vida animal e vegetal;
  • Fortalece a soberania e a segurança alimentar. Por exemplo, se uma determinada cultura de feijão for duramente impactada por uma estiagem ou excesso de chuva, outra variedade pode ser mais resistente e vingar, evitando que a população sofra sem este alimento básico da dieta.

A diversificação também é chave para garantir a sobrevivência de quem produz. Se um alimento não estiver em sua época de colheita ou não tiver valor interessante, o produtor poderá ofertar outros, ao longo das diferentes estações.

5. Agricultura com diversidade biológica e social tem enorme potencial econômico

A agricultura de base ecológica é o único caminho possível para uma recuperação econômica que garanta também justiça social e ambiental. Quando incentivamos a transição da agricultura convencional para a agricultura ecológica, estimulamos uma economia baseada na diversidade — biológica e de saberes.

Vantagens da agricultura com a floresta em pé:

  • Valorização de alimentos nativos que a Amazônia, o Cerrado e outros ambientes naturais têm a oferecer, como açaí, guaraná, buriti, castanhas, frutas, sementes e muitas outras culturas;
  • Ajuda a garantir a sobrevivência e autonomia de populações tradicionais, ribeirinhas, agroextrativistas, quilombolas e indígenas, que possuem valiosos conhecimentos sobre sistemas alimentares agroecológicos, acumulados por séculos;
  • Intensificar o combate ao desmatamento faz com que o Brasil ganhe competitividade econômica. Lideranças de outros países já deixaram claro que não querem mais comprar produtos manchados com a destruição florestal;
  • É uma ótima oportunidade para que o Brasil não se limite à exportação de commodities como soja, milho e algodão, e gere mais empregos no setor.

Fonte: Greenpeace

Agroecologia: o que é e características

Agroecologia é uma forma de agricultura sustentável que agrega conhecimentos científicos e tradicionais.

O que é agroecologia

A agroecologia surgiu em 1934 como um conceito desenvolvido pelo pesquisador Howard. No entanto, a partir de 1950, o termo “agroecologia” foi adotado pelo pesquisador Lysenko e passou a ser ensinado em cursos de agronomia até 1964. Nessa época, após o acordo MEC-Usaid, o termo foi removido do ensino.

Entre as décadas de 1960 e 1980, surgiu um movimento em busca de práticas agrícolas sustentáveis. Nesse período, o termo “agroecologia” começou a ser usado para descrever uma abordagem agrícola que leva em consideração aspectos sociais, culturais, éticos e ambientais na utilização dos recursos naturais. Essa abordagem estava presente na agronomia antes do acordo MEC-Usaid, conforme explicado por Carlos Pinheiro Machado em seu livro “Dialética da Agroecologia”.

Além disso, a agroecologia busca soluções para os problemas provocados pela monocultura, que prejudica tanto a biodiversidade quanto a sociedade. Ela se apresenta como uma ferramenta importante para o desenvolvimento sustentável.

Os métodos utilizados na agroecologia envolvem a adoção da agricultura orgânica e o uso de tecnologias sustentáveis, resultando em menos impactos ambientais prejudiciais.

A agroecologia é uma abordagem necessária para lidar com os problemas ambientais, sociais e políticos decorrentes do atual modelo econômico. Ela propõe uma revisão dos métodos convencionais de agricultura em larga escala.

De acordo com pesquisas citadas no livro “Dialética da Agroecologia“, a produção agroecológica tem capacidade para produzir cerca de 6% a 10% a mais do que o agronegócio, sendo mais limpa e barata.

Entretanto, mesmo sendo mais produtiva, a agroecologia refere-se ao estudo da agricultura a partir de uma perspectiva ecológica, tendo como objetivo não só maximizar a produção, mas otimizar o agroecossistema total — incluindo seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.

Em outras palavras, um sistema agrícola pautado pela agroecologia é o principal objetivo da agricultura sustentável, sobretudo para o desenvolvimento rural com a produção de alimentos saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

Em outras palavras, um sistema agrícola pautado pela agroecologia é o principal objetivo da agricultura sustentável, sobretudo para o desenvolvimento rural com a produção de alimentos saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

Agrega a ciência e conhecimento tradicional

O termo “agroecologia” abrange diferentes perspectivas, indo além de uma simples disciplina científica ou prática agrícola, abrangendo também um movimento social e político. A essência da agroecologia reside na integração e sinergia entre conhecimentos científicos e tradicionais.

É uma ecologia dos saberes que reúne diferentes fontes de conhecimento, incluindo o saber popular e tradicional transmitido ao longo de gerações por agricultores familiares, comunidades indígenas e camponesas.

Assim, a agroecologia é uma prática da agricultura que se fundamenta na sistematização e consolidação desses saberes, que podem ser tanto empíricos e tradicionais quanto embasados em evidências científicas. O objetivo é promover uma agricultura que seja ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa.

A agroecologia busca aliar o respeito aos processos naturais, a preservação da biodiversidade, o uso responsável dos recursos naturais e a valorização das comunidades rurais, garantindo sua autonomia e segurança alimentar.

Ao reunir a ciência e o conhecimento tradicional, a agroecologia proporciona uma abordagem holística que considera a interação entre os sistemas agrícolas e o meio ambiente, bem como os aspectos sociais, culturais e econômicos envolvidos na produção de alimentos. Essa integração de saberes permite o desenvolvimento de práticas sustentáveis, que buscam equilibrar as necessidades humanas com a preservação dos ecossistemas e a promoção da justiça social no campo.

Apelo à biodiversidade

A proposta da agroecologia faz contraposição a produção centrada na monocultura, na dependência de insumos químicos e na alta mecanização da agricultura, além da concentração da propriedade de terras produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local da produção.

A homogeneização das paisagens de cultivo gerada pela prática da monocultura colocou em risco a biodiversidade, gerando uma crise não somente na diversidade biológica, mas também, e como consequência dessa, no próprio desenvolvimento da sociedade.

Enquanto a agricultura industrial tem, cada vez mais, limitado a diversidade de espécies alimentares disponíveis, a produção agroecológica conta com sistemas que se beneficiam da biodiversidade, do manejo combinado de alimentos e cultivo de floresta.

A diversidade biológica causa impacto social, econômico e ambiental positivos. A prática da agroecologia aumenta a disponibilidade de nutrientes no solo, tornando a alimentação também mais nutritiva; além de auxiliar na manutenção dos ciclos biológicos, uma vez que viabiliza culturas de diferentes de espécies de plantas.

A agroecologia ainda fortalece a soberania e a segurança alimentar, já que, enquanto alguma variedade de alimento estiver em risco, outras podem se manter resistentes e sobreviver. Outro benefício é a valorização de alimentos nativos de cada região, o que possibilita a competitividade econômica para o país em questão, não se limitando à exportação de commodities, como soja, milho e algodão.

Vantagens para saúde e meio ambiente

A agroecologia fornece diversas vantagens para a saúde e o meio ambiente. Ela vê a natureza como aliada, respeitando os processos naturais do ecossistema e dependendo menos de combustíveis fósseis. Além de oferecer uma variedade de nutrientes, há menos exposição a agrotóxicos e outros produtos químicos nocivos e utilizados na agricultura convencional.

Isso porque na agroecologia e produção orgânica, o controle de pragas é feito por técnicas adaptadas às condições locais. Ademais, não são necessários fertilizantes tóxicos, pois é feita a adubação verde do solo.

A segurança alimentar também é impactada pela agroecologia. A agricultura de produção orgânica e agroecológica é capaz de alimentar as pessoas no Brasil e no mundo de forma saudável, sustentável e segura. A maior produção agroecológica no País, por exemplo, produz cerca de 70% da comida dos brasileiros. Entretanto, há carência de um plano governamental que envolva um sistema de produção, distribuição, comercialização e consumo desses alimentos, funcionando de forma justa para garantir alimentação adequada para toda a população.

Desafios da agroecologia

As técnicas de monocultura são amplamente adotadas, mas é necessário realizar a transição agroecológica em solos degradados pela agricultura convencional.

No entanto, para que a agroecologia, no Brasil e no mundo, se estabeleça como prática convencional de manejo do solo, são necessários fatores como conscientização pública, organização, mercados e infraestrutura. É essencial promover a conscientização sobre os benefícios da agroecologia, fomentar a organização de produtores e criar mercados viáveis para produtos agroecológicos. Além disso, investimentos em infraestrutura adequada, como armazenamento e transporte, são fundamentais para apoiar essa abordagem sustentável.

A pesquisa e a extensão rural também desempenham um papel crucial na geração de conhecimento e no suporte aos agricultores durante a transição agroecológica. Garantir uma distribuição justa de recursos, tanto financeiros quanto técnicos, é necessário para que todos tenham acesso igualitário às práticas agroecológicas.

Por fim, a iniciativa política desempenha um papel fundamental ao estabelecer políticas e regulamentações que promovam a agroecologia e incentivem a transição sustentável da agricultura convencional. Abordar esses desafios possibilitará impulsionar a agroecologia como um modelo de manejo do solo amplamente adotado e benéfico tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade.

Fonte: e-Cycle

Colheitas protegidas: a revolução do manejo integrado de pragas

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma abordagem sustentável para o controle de pragas na agricultura. Essa estratégia busca minimizar os danos causados por pragas de forma ambientalmente responsável, promovendo o equilíbrio dos ecossistemas agrícolas.

O MIP começa com um monitoramento preciso sobre as pragas. Isso envolve a observação regular das pragas para determinar possíveis riscos.

Com base nas informações coletadas neste monitoramento, os agricultores podem tomar decisões assertivas.

O MIP faz o uso de predadores naturais às pragas, ou seja, insetos que se alimentam de pragas.

Além disso, outras medidas são a rotação de culturas e o uso de espécies resistentes a pragas.

O MIP utiliza barreiras físicas, como redes de proteção, para evitar a infestação de pragas.

Quando necessário, são usados produtos naturais, como óleos essenciais, extratos de plantas e feromônios para controlar pragas.

É importante ressaltar que o MIP não faz uso de produtos químicos para conter pragas.

Práticas de Monitoramento de Pragas

As condições climáticas influenciam diretamente na presença de pragas. Os agricultores podem monitorar a temperatura e umidade para prever picos de pragas e tomar medidas preventivas.

Também é possível observar alguns sinais de pragas, como folhas danificadas, frutas roídas ou galhos murchos.

Também é preciso monitorar as quantidades de predadores naturais a pragas. O aumento da presença de inimigos pode ajudar a controlar as pragas.

Controle Biológico

Muitas espécies de insetos se alimentam de pragas, e a inserção desses insetos na área da agricultura pode evitar o uso de insumos químicos. Por exemplo, as joaninhas são predadoras naturais de pulgões.

Em alguns casos, inimigos naturais podem ser criados em laboratório e liberados em áreas afetadas por pragas. Isso é conhecido como liberação de inimigos naturais e é uma estratégia eficaz para o controle de pragas em cultivos.

Algumas plantas são mais naturalmente resistentes a pragas e isso pode evitar a necessidade do controle.

A rotação de culturas é uma prática agrícola que envolve o cultivo de diferentes plantas em diferentes temporadas. Isso pode ajudar a interromper o ciclo de vida de pragas e reduzir sua presença.

Controle Cultural

Práticas de preparo do solo, como aração e gradagem, podem enterrar pragas de solo e interromper seu ciclo de vida. Isso é particularmente eficaz para pragas que passam parte de seu ciclo de vida no solo.

Uso de Plantas Repelentes

Algumas plantas, devido ao seu cheiro ou substâncias liberadas, têm a capacidade de afastar pragas. Por exemplo, o alho e a cebola são plantas conhecidas por suas propriedades repelentes. O odor ou as substâncias químicas liberadas por essas plantas podem afastar insetos prejudiciais, como pulgões e ácaros.

Algumas plantas repelentes também atraem inimigos naturais das pragas, como joaninhas e vespas parasitóides.

Técnicas de Controle Físico

A instalação de barreiras físicas é uma técnica eficaz. Isso pode incluir o uso de telas, redes ou mantas que cobrem as plantas para evitar a entrada de pragas.

A limpeza e remoção de resíduos agrícolas também são essenciais para eliminar possíveis abrigos e fontes de alimento para pragas.

Em situações de infestação localizada, a eliminação manual de pragas, como a coleta de insetos à mão, pode ser uma técnica eficaz e sustentável.

Muitas pragas se desenvolvem em ambientes de muita umidade. Técnicas de irrigação como gotejamento podem reduzir a umidade e afastar pragas.

Aplicação de produtos naturais

Muitas plantas contêm compostos que têm propriedades inseticidas naturais. Extratos de plantas como neem, piretro e sabugueiro são usados para criar produtos que combatem pragas de forma eficaz.

Extratos de alho e cebola são utilizados para repelir pragas.

Desenvolvimento de Cultivares Resistentes

Algumas espécies de plantas são naturalmente resistentes a pragas.

A hibridização envolve o cruzamento controlado de duas variedades de plantas diferentes para criar descendentes com características desejadas, como resistência a pragas. Esse processo permite combinar características de diferentes variedades para criar plantas mais resistentes.

Algumas espécies de pragas podem desenvolver resistência a plantas que até então eram naturalmente resistentes a pragas, o que pode gerar a necessidade de adaptação.

Agricultores e profissionais agrícolas precisam ser treinados em como plantar, cuidar e manter as variedades resistentes. A má gestão pode prejudicar a eficácia da resistência.

Educação e Treinamento de Agricultores

A educação dos agricultores ajuda a tomada de decisões assertivas. Eles aprendem a avaliar a gravidade do ataque de pragas e a escolher métodos de intervenção apropriados.

Os agricultores são treinados para adotar práticas preventivas, como rotação de culturas, seleção de variedades resistentes e otimização de condições de cultivo que reduzam o risco de infestação por pragas.

Benefícios Econômicos e Ambientais

O MIP resulta em economia de dinheiro para os agricultores, pois reduz a necessidade de insumos químicos caros.

A gestão eficaz de pragas pode levar a colheitas mais abundantes e ao aumento da produtividade agrícola.

Em todo o mundo, consumidores estão buscando alimentos cultivados de forma sustentável. Isso representa um maior mercado para esses agricultores.

Desafios do Manejo Integrado de Pragas

O MIP é um sistema complexo que envolve muitos fatores, como identificação de pragas, monitoramento, tomada de decisão e implementação de várias estratégias de controle. Isso pode ser desafiador para os agricultores e requer treinamento adequado.

A eficácia do MIP depende de um monitoramento constante das pragas e de seus inimigos naturais. Isso pode ser intensivo em termos de tempo e recursos.

A implementação do MIP pode exigir custos iniciais, como treinamento, equipamento de monitoramento e educação dos agricultores. Esses custos podem ser vistos como uma barreira.

As condições climáticas podem atrapalhar o MIP. Secas e chuvas intensas podem criar desafios adicionais.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como fazer um sistema agroflorestal sintrópico sem irrigação

Começou a primavera! E, por aqui, a primavera vem com muito trabalho. É hora de por a mão na massa — ou melhor, na terra — e suar a camisa com muitos plantios. O objetivo é abrir duas novas áreas de SAF (a terceira e a quarta área de agrofloresta aqui de casa).

Esse é o vídeo desse plantio:

Sistema Agroflorestal Sintrópico com frutas e roça sem irrigação

A minha área de Agrofloresta não tem irrigação. Por isso, o início da primavera é tão importante. Aqui no Sudeste é quando as chuvas se tornam mais regulares e é possível fazer alguns plantios anuais de “safra”.

Normalmente, costumamos chamar esse tipo de plantio de “roça”. Ele se diferencia de um plantio de horta pois o foco é em espécies mais resistentes, de ciclo um pouco mais longo, e não em hortaliças — que são mais frágeis e de ciclo curto.

Para o plantio de roça entram várias espécies como, por exemplo, a mandioca, milho, feijão, inhame, batata doce, soja, girassol, cana-de-açucar, entre outras. Mas, como aqui é agrofloresta, as árvores entram na jogada também.

Agrofloresta não tem receita, mas tem algumas dicas que podem ajudar, e a ideia aqui é dividir um pouco dos meus desafios e objetivos nessa área.

Para começar, um dos meus focos esse ano é o feijão. Ano passado, plantei bastante feijão e foi um sucesso. Garantimos nossa alimentação de feijão por uns 6 meses. Esse ano quero plantar feijão pro ano inteiro.

Outro foco nesse plantio é estabelecer árvores frutíferas, e estou investindo em cítricas e macadâmia. A escolha dessas duas tem dois motivos principais: um é eu pessoalmente gostar dos frutos; o outro é por que já temos pés no sítio que se adaptaram bem a região e produzem bem.

Então, nessa área, o plantio foi organizado da seguinte forma:

Canteiros de 80 cm intercalando as culturas e, a cada 3 canteiros, uma linha de árvore.

O plano era esse:

O plantio ficou assim:

  • Linha 1: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e mandioca no meio (a cada 1 metro).
  • Linha 2: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).
  • Linha 3: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho e mandioca intercalados – 2 de milho (a cada 50cm) e uma de mandioca (a cada 1 metro).
  • Linha 4: Árvores – Feijão na lateral, milho, feijão guandu e crotalária entre mudas.
  • Linha 5: Soja
  • Linha 6: Cenoura nas laterais e mamão (a cada 2 metros). A cada 2 metros, sementes de árvores Flamboyanzinho e Pata de Vaca intercalando. O Flamboyanzinho e a Pata de Vaca tem como objetivo a diversidade e matéria orgânica. Ambos são leguminosas que também contribuem para o nitrogênio no solo.
  • Linha 7: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).
  • Linha 8: Árvores – Feijão na lateral, milho, feijão guandu e crotalária entre mudas.
  • Linha 9: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).

E assim por diante.

Outra linha que também vai entrar é batata doce sozinha, em um canteiro.

A Linha 4 e 5 são novos testes. Nunca plantei essas variedades dessa forma e quero ver como se adaptam nesse sistema.

Linha de Árvores

As minhas linhas de árvore foram desenhadas assim:

Houve algumas mudanças na hora do plantio, principalmente porque eu não tinha as mudas de eucalipto e cedro australiano que queria colocar. Então, para as emergentes usei: Gonçalo Alves, Jequitiba, Figueira e Araucária. O Eucalipto funciona bem no sistema Agroflorestal porque ele cresce rápido, sombreando rapidamente as mudas de estratos mais baixos. E fornece muita matéria orgânica. Mas é preciso podas constantes.

Na linha de árvore vão duas linhas de feijão na lateral, que são super importantes para ocupar o solo. Nesse primeiro momento, entre as mudas, coloquei milho, feijão guandu e crotálaria. Outra opção aqui seria o inhame.

Agora é ver brotar e esperar a colheita.

Três semanas depois do plantio, o feijão já brotou e as árvores estão bem.

Quer ver o como estruturei os canteiros do SAF2?

Bora plantar!

Fonte: Quintal Florestal

Agrofloresta: manejo da linha de árvore

Poda dos eucaliptos

Já estava passando da hora de podar os eucaliptos. Nas duas áreas iniciais de agrofloresta, SAF1 e SAF2, temos diversos eucaliptos — tanto para matéria orgânica, quanto para madeira.

Na área 1, havíamos podado a cabeça dos eucaliptos no meio do ano passado, com uma altura média de uns 5 metros.

Na área 2, alguns eucaliptos já estavam passando de 7 metros e optamos por cortar mais alto, perto de 6 metros.

Na roça, uma das dificuldades é medir. Mas fizemos umas boas estimativas.

Essa poda é muito importante para aumentar a entrada de luz, regenerar o ambiente e liberar matéria orgânica.

Nosso foco nesta área não é necessariamente o eucalipto, mas ele está ali para contribuir com o sistema.

Colheita do Açafrão

Nas linhas de árvore, temos também diversos pés de açafrão e, nessa época — outono/inverno — é hora de começar a colheita.

Um indicador do ponto de colheita do açafrão é quando as folhas ficam amarelas e secam.

Os rizomas são um santo remédio, antibiótico e antiinflamatório. Vamos cortar em tiras e colocar para secar no desidratador. Depois, ele passa no processador para virar pó.

Com o açafrão em pó, costumamos fazer o melhor remédio para gripe: uma colher de chá de açafrão, meia colher de pimenta do reino e uma colher de mel. Mistura-se e toma-se aos primeiro sintomas.

A pimenta do reino melhora a absorção das propriedades do açafrão, o mel ajuda a ficar mais fácil de comer e dá seu toque com suas propriedades.

Fonte: Quintal Florestal

Como fazer canteiros de horta no estilo de agrofloresta

Unir canteiros de horta com agrofloresta é uma ótima opção. Criar as árvores de ciclo mais longo dentro do canteiro da horta, enquanto você colhe hortaliças, costuma dar muito certo. As plantas se ajudam. E com a exigência nutricional e de água das hortaliças você aproveita, água e adubação.

No vídeo abaixo, mostramos o trabalho de incorporar as técnicas no canteiro da horta.

Técnicas da Agricultura Sintrópica

As duas técnicas chave que uso nos canteiros, é usar o pseudocaule da bananeira para fazer cobertura de matéria orgânica e a sucessão e estratos.

Pensar na sucessão tempo e espaço também é possível no canteiro da horta.

Por exemplo: podemos considerar quais hortaliças são estrato baixo, médio e alto. Assim com em uma linha de árvore.

Acredito que isso é um dos conceitos chaves para entender o plantio Agroflorestal Sintrópico. Entender que um Milho e um Eucalipto são do Estrato emergente, e ao mesmo tempo uma acerola, uma couve, uma mandioca e uma beringela são estrato alto, sendo que a diferença é o tempo successional que elas ocupam.

Ou seja, quando a acerola está grande não cabe a couve, e quando o Eucalipto está grande não cabe o milho, por exemplo.

Os canteiros de horta, são um grande aprendizado. Com o crescimento mais rápido, é muito legal para entender a sucessão.

Entender que uma rúcula sai em 30 dias para o alface ter seu espaço. Sendo que elas podem estar bem perto. Me ajuda entender a mesma lógica que vai acontecer na linha de árvore, quando o mogno africano crescer o Eucalipto tem que sair por exemplo.

Fonte: Quintal Florestal

Agrofloresta x Agricultura Sintrópica x Permacultura x Orgânicos

Agroecologia, Permacultura, Agrofloresta, Agricultura Sintrópica, Orgânicos…

É fácil se perder em meio a tantos conceitos e propostas. Mas e ai, o que é cada um?

Começando pela Agrofloresta

O conceito de agrofloresta já está aqui pelo Brasil desde dos anos 80. O conceito evolui da proposta de Agrossilvicultura, onde espécies lenhosas são cultivadas em consórcio com espécies herbáceas e anuais, então basicamente a idéia surge da possibilidade de consórcio de árvores, plantadas para madeira, e herbáceas para alimentação ou pasto.

Na publicação da Embrapa “Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações” por Vera Lex Engel dá para ter uma idéia, nessa publicação tem uma conceituação legal para quem quiser se aprofundar.

Partindo daí vemos a necessidade de evolução do conceito do Ernst Gostch, quando ele aborda seu método como Agricultura Sintrópica sendo diferente de Agrofloresta, ou seja, qualquer produção de madeira atrelada com herbáceas já estariam englobadas no termo Agrofloresta, sendo assim se eu plantasse Eucalipto consorciado com milho e feijão por exemplo eu já estaria fazendo “Agrofloresta”, muito diferente da Agricultura Sintrópica.

Agricultura Sintrópica

A Agricultura Sintrópica, conceito apresentado pelo Ernst Gotsch, mais do que um simples consórcio entre madeira e herbáceas é baseado na Sintropia,

“O princípio da Sintropia (ao qual a entropia está intimamente ligada, dentro de cada sistema do universo, até mesmo os cibernéticos, vivos ou não) faz com que sua existência seja preservada apesar da entropia nesse mesmo sistema. É um processo que opõe-se à perda de energia, e desorganização através de uma injeção de novas energias geradas a partir deste mesmo processo ou de outros, de fora do sistema, e muitas vezes energia inútil nestes. “-Wikipedia

Sendo assim o sistema Sintrópico já é pensado para ser organizado e estabelecer ganho energético.

Na prática é a busca por um sistema em equilíbrio onde todas as espécies tem seu papel. O Eucalipto não está ali apenas para a produção de madeira, ele irá gerar matéria orgânica que vai adubar o solo, descompactar e buscar nutrientes em outras camadas para devolver ao solo na parte superior, e fazer parte de um sistema de interação entre espécies.

Na Agricultura Sintrópica quem gerencia o sistema está constantemente buscando uma sucessão biodiversa acelerando os processos e buscando uma floresta produtiva. De maneira geral a Agricultura Sintrópica é uma Agrofloresta, mas nem toda Agrofloresta é Sintrópica. A Agrofloresta pode estar pautada em propostas tradicionais de aplicações de venenos, herbicídas sendo apenas uma possibilidade de consorcio agrícola.

Permacultura

A Permacultura é um conceito que nasceu na Austrália desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren. O nome tem origem na união das duas palavras Permanente e Agricultura.

Uma Agricultura Permanente, a Permacultura tem como uma das suas principais bases o design de ambientes sustentáveis como Bill Mollinson descreveu:

“Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.”

A Permacultura abrange diversos conceitos, e vai desde a ocupação de um terreno, a criação de lagos artificiais para a fertirrigação.

Orgânicos

Ahh os orgânicos! com selos bonitos e chamando a atenção nas gôndolas de supermercados.

Entre os conceitos aqui apresentados talvez o mais simples, orgânico, apenas aceita a aplicação do que organicamente foi retirado, extraído ou gerado.

Há muitas exigências das certificadoras, e para ter aquele selinho no produto existe uma enorme lista do que tem que ser feito.

Sempre bom lembrar que o orgânico não é sinônimo de sustentável. O orgânico de certo está na minha lista do menos pior. Ele não recebeu agrotóxico nem adubo químico, porém isso não é tudo no meu modo de ver, acredito na Agricultura Sintrópica e na Permacultura onde a idéia e estarmos permanentemente no local, produzindo de forma sadia com o mínimo possível de elementos externos. Mas e o orgânico?

Não acho a simplicidade do orgânico suficiente para uma mudança de consciência e de forma de produção. O orgânico muitas vezes apenas muda o pacote da agricultura tradicional para um pacote tradicional com insumos orgânicos. A lógica de produção, extrativista sem preocupação com o solo continua mas com insumos orgânicos.

Por Pedro Savério Penna.

Fonte: Quintal Florestal

Agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?

A agricultura sintrópica é uma das melhores maneiras de se praticar o reflorestamento no planeta, atualmente. Para quem acha que esse assunto não combina com o mercado imobiliário, fique sabendo que já há iniciativas da utilização dessa técnica em empreendimentos do ramo, unindo dois universos que, a princípio, são extremamente diferentes.

Esse método foi trazido ao Brasil por um suíço, Ernst Götsch, um pesquisador que chegou a comprar terras no estado da Bahia e recuperou-as utilizando a agricultura sintrópica. Assim como diz o seu nome, ele é baseado na sintropia, que prega a organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente.

Saiba que é possível utilizar a agricultura sintrópica não somente para recuperar e preservar o solo, mas também para cultivar algo que seja interessante comercialmente, que são os alimentos que consumimos no dia a dia.

Para que você saiba como isso pode ser usado nos empreendimentos imobiliários, continue acompanhando o restante do texto para compreender melhor sobre a sua importância, bem como as suas vantagens e integração com o mercado imobiliário!

Qual é a importância da agricultura sintrópica?

Muitos questionam sobre qual é a importância de utilizar essa técnica nos dias de hoje. Para contextualizar esse questionamento, trago aqui uma preocupação atual, que é a de cultivar alimentos sem devastar o solo e preservar toda a natureza de uma dada região.

Com a agricultura sintrópica isso é mais que possível, visto que ela utiliza somente recursos do próprio meio ambiente, ou seja, não há o uso de agrotóxicos, por exemplo. Aliás, muitos agricultores que praticam a técnica preferem não irrigar a plantação, pois, dessa forma, o equilíbrio é alcançado de forma natural.

Desse modo, cabe apenas estudar quais são as particularidades do solo para decidir o que deve ser plantado ali. Assim, será possível escolher uma diversidade de sementes que serão semeadas e começar a plantar de modo que, quando crescerem, o próprio ecossistema oferecerá luz, nutrientes, umidade e outros recursos que atendem às suas necessidades.

É esse equilíbrio que faz com que o espaço seja aproveitado de forma muito mais inteligente, além de fornecer uma rentabilização melhor para a atividade.

Quais são as vantagens da agricultura sintrópica?

De cara, você já deve ter percebido inúmeras vantagens ao utilizar a agricultura sintrópica, certo? Para facilitar, criei uma lista reunindo as principais delas. Veja só!

Aumento da biodiversidade
A adesão da agricultura sintrópica faz com que haja o aumento da biodiversidade, visto que, logo de cara, estimula-se o estudo do que pode ser plantado no solo e, partindo para a ação, em que uma variedade de plantas e alimentos são plantadas e estimuladas a crescerem juntas, cria-se um ambiente em que ocorre esse aumento de biodiversidade.

Quando o assunto é reflorestamento e agrofloresta, a agricultura sintrópica é uma das melhores práticas, já que é um estímulo a ter uma variedade maior de alimentos e plantas, fortalecendo a natureza do local.

Recuperação de áreas degradadas
Outra vantagem relevante é a recuperação de áreas degradadas, principalmente pela técnica ajudar para que esse trabalho no solo seja muito mais rápido. Afinal, quando aplicada corretamente, haverá uma maior retenção de água no solo, além de uma geração de oxigênio bem mais eficiente.

Além disso, todo esse tratamento de acúmulo de energia favorece uma menor utilização de combustíveis fósseis na geração de alimentos. Dessa maneira, é possível transformar o carbono que há nos vegetais, por meio de fungos e bactérias, nos nutrientes e na matéria orgânica, recuperando o solo degradado.

Produtos de maior qualidade
Uma das grandes consequências de utilizar a agricultura sintrópica está na produção de itens com maior qualidade. Afinal, um solo com mais nutrientes, com um ambiente em que há uma ajuda mútua entre as plantas, não poderia fornecer outro tipo de resultado, não é mesmo?

Mas, o grande ganho está na ausência da necessidade da utilização de agrotóxicos e outros produtos químicos que empobrecem a qualidade dos alimentos. Ou seja, a agricultura sintrópica é boa para a natureza, para quem está plantando e, também, para quem vai usufruir do alimento que ela oferece.

Controle de pragas e doenças
Por fim, trazemos aqui que é possível controlar pragas e doenças com a agricultura sintrópica, sem precisar recorrer aos agrotóxicos. Isso é possível justamente pelo fato dessa metodologia trabalhar com o acúmulo de energia e o equilíbrio ecológico.

Ou seja, a própria natureza cria um mecanismo de proteção em que tudo funciona perfeitamente, evitando que algum tipo de praga atinja aquela produção de alimentos.

Como utilizar a agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?
Hoje, já existe um olhar mais atento do mercado imobiliário em relação à preservação do meio ambiente e todo o seu ecossistema. Já existem algumas iniciativas que mostram que essas duas áreas podem caminhar juntas e em perfeita sinergia.

Podemos citar como exemplo, o Parque Cultural Florata, que faz parte da área de um condomínio em Goiânia. O parque utiliza as técnicas da agricultura sintrópica para ajudar na recuperação da área e proporcionar uma qualidade de vida melhor para os moradores do condomínio.

Outro exemplo é o condomínio Cenário da Montanha em Itaipava, região Serrana do Rio de Janeiro. Ao utilizar a agricultura sintrópica, a equipe do projeto garantirá que o solo será preservado, bem como as espécies da flora local!

Além disso, a ideia é que seja reflorestada uma área seis vezes maior do que é exigido por lei. Isso mostra que há sim uma preocupação do mercado imobiliário com o meio ambiente por meio de iniciativas como essa.

Deu para perceber que a agricultura sintrópica pode ser uma excelente aliada aos desafios que temos atualmente, certo? Espera-se que em um futuro muito próximo, essa e outras práticas sejam cada vez mais comuns não só no mercado imobiliário, mas em todas as indústrias que estão ligadas à urbanização.

Fonte: Blog Rio8

Agricultura Sintrópica: produzir e recuperar

Algumas vezes certos temas importantes e sub-explorados atingem uma parcela ampla e heterogênea da população através de programas de televisão aos quais, normalmente, não se atribui a função de informar, ganhando espaço no senso comum. Não é diferente com temáticas científicas. É o que acontece, atualmente, com o conceito de Agricultura Sintrópica.

Apesar de essencial e urgente, a discussão sobre a sustentabilidade na agricultura acaba se restringindo bastante ao âmbito acadêmico ou de organizações e movimentos ambientalistas. A presença deste tema no horário nobre da televisão é, portanto, digna de nota.

Mas, afinal, o que é Agricultura Sintrópica?

A Agricultura Sintrópica é um modo de produção agrícola que trabalha em total comunhão e sintonia com a natureza e seus recursos. A ideia está fundamentada no conceito de sintropia, que diz respeito ao grau de organização interna de um determinado sistema, seja ele um sistema agrícola, um organismo vivo ou mesmo uma empresa ou organização, por exemplo. No tocante a proposta, aumentando-se o grau de complexificação de um sistema agrícola – com um número grande de plantas, pequenos invertebrados, micro-organismos do solo -, se atinge um arranjo interno adequado à manutenção da produção agrícola. Isso seria possível graças ao processo de sucessão ecológica.

Como se pode deduzir, é uma proposta oposta (e crítica) à monocultura.

Criada no Brasil pelo pesquisador imigrante suíço Ernst Götsch, as técnicas de manejo da Agricultura Sintrópica dispensam o uso de qualquer agroquímico, seja ele um fertilizante ou biocida. Se implementado de maneira correta, o sistema deixa de exigir até mesmo a aplicação de adubos orgânicos externos e irrigação. A ideia é diminuir o aporte de qualquer insumo externo ao sistema, como o próprio Ernst explica no vídeo abaixo:

Além de produzir uma ampla variedade de plantas alimentícias, como frutas, hortaliças, tubérculos, grãos e cereais, a correta implementação dos sistemas agroflorestais baseados na sintropia permite não apenas a manutenção dos recursos naturais adjacentes, mas também a recuperação do solo, o restabelecimento progressivo da biodiversidade na propriedade e até mesmo o ressurgimento de nascentes de água.

Por esses e outros motivos, a produção agrícola guiada pelos preceitos da Agricultura Sintrópica pode ser uma alternativa bastante viável para suprir a demanda por alimentos sem destruir ou prejudicar a biodiversidade e, mais do que isso, recuperando-a.

Para saber mais, vale a pena assistir aos vídeos produzidos pelo Projeto Agenda Götsch.

Fonte: Ciência em si

7 Problemas mais comuns em minhocários e como resolve-los!

1. Seu minhocário está muito unido e com cheiro forte?

É um sinal que seu minhocário está com muitos resíduos orgânicos e pouca matéria seca, quando isso acontece, a matéria orgânica fica muito compactada e o oxigênio não entra nos espaços vazios e é isso que produz os gases que dão um cheiro ruim! 🙁

O segredo é adicionar mais matéria seca: serragem, folhas secas, papel picado (sem tinta) ou até mesmo a fibra de coco, e misturar bem com os resíduos e cobri-los, mas atenção para não colocar demais e deixa-lo excessivamente seco, as minhocas precisam de umidade para sobreviverem.

2. Como parar de atrair as mosquinhas de banana?

A drosophila, mais conhecida como mosquinha das frutas se alimentam de leveduras presentes em frutas em decomposição e por isso o seu minhocário é um prato cheio para elas e apesar de não apresentarem um risco a nossa saúde podem ser um grande incomodo em casa.

O primeiro passo para se livrar delas, é garantir que você colocou matéria seca em boa quantidade no seu minhocário, você também pode cobrir os resíduos com duas folhas de papel ou jornal (de preferência a parte preta e branca) de forma que nenhuma casca fique exposta e assim ela não consiga se alimentar dos seus resíduos.

Outra dica é fazer um spray de capim limão (essencial de capim limão diluída em água) e borrifar sempre que achar necessário!

3. Encontrou larvas no seu minhocário?

Não entre em pânico, é um problema relativamente frequente, mas simples de se resolver! Não é incomum encontrarmos as larvas da mosca soldado em minhocarios que estão extremamente úmidos, as larvas são ótimas para a compostagem, mas geralmente causam repulsa e muitas vezes elas conseguem sair do minhocário.

O segredo está em diminuir a umidade colocando mais matéria seca e uma boa cobertura. Quando isso acontecer, vale a pena parar de alimentar seu minhocário por alguns dias até que a infestação esteja controlada. Você também pode espalhar 2 colheres de sopa de açafrão ou neem em pó, que ajudam a evitar as larvas.

4. Nada parece estar acontecendo na sua compostagem?

Você tem alimentado regularmente o seu minhocário, mas tem percebido que os resíduos parecem continuar intactos e não estão se decompondo? Isso provavelmente é o problema oposto dos 3 primeiros casos, seu minhocário está muito seco.

Com a falta de umidade, a atividade das minhocas e dos microrganismos reduz bastante e temos a impressão que os resíduos não estão se transformando em húmus. Nesse caso, o ideal é borrifar água ou até mesmo colocar mais resíduos orgânicos. Muitas fezes os fungos são ótimos indicadores de que sua compostagem precisa de mais umidade.

5. Minhas caixas estão todas cheias, e agora?

Talvez o seu minhocário seja pequeno para a quantidade de resíduos que você gera, nesse caso você consegue adicionar mais um andar “caixa digestora” nele, iniciar um segundo minhocário ou fazer a assinatura de um dos nossos planos de coleta domiciliar dos resíduos orgânicos.

Ou o seu processo de compostagem está muito lento, em média, são 90 dias para que você consiga um bom húmus, mas a falta de umidade ou o excesso dela podem atrasar bastante o processo.

Caso o seu húmus mais antigo já esteja com o aspecto de terra, sem cheiro e você não consiga mais identificar os resíduos, é um sinal que ele já está estabilizado e você pode deixar que ele termine de se decompor no seu jardim, assim você consegue esvaziar mais uma caixa e voltar a alimentá-la.

6. Estou sem matéria seca! O que fazer?

Ter um bom estoque de matéria seca é essencial para não ter imprevistos, mas as vezes acontece e na emergência você pode alimentar suas minhocas papel picado (papel de pão, jornal preto e branco ou papelão sem tinta!) ou você consegue comprar a serragem pelo nosso site, que a gente te entrega em no máximo 3 dias úteis!

7. As minhocas estão querendo fugir?

Em 90% dos casos é o calor que faz com que elas tentem fugir pelas paredes do minhocário, as minhocas californianas sobrevivem em temperaturas entre 12ºC e 24ºC e o nosso clima tropical não ajuda muito nesse caso, por isso o ideal é colocar o seu minhocário no local mais fresco e arejado da casa. Agora em casos extremos de calor, a melhor dica é congelar uma garrafa de água e enterrá-la no seu minhocário, tem um efeito de ar condicionado para elas!

Em outros casos o calor não vem de fora e sim do próprio minhocário, quando os resíduos entram em decomposição ocorre a liberação de calor e normalmente as minhocas vão para um local mais fresco do minhocário, mas quando o minhocário recebe uma quantidade muito grande de resíduos, ele todo fica quente e elas tendem a querer fugir, por isso é importante alimentá-las em pequenas quantidades e com maior frequência, alternando o local onde você colocou os resíduos. Assim seu minhocário ficará sempre com locais mais quentes e outros mais frescos.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como plantar espinafre

O espinafre é fácil de cultivar. Pode ser cultivado durante todo o ano, mas há épocas que são melhores que outras e pode ser comido numa grande variedade de prato, tanto crus como cozidos. Atualmente é uma das verduras mais congeladas, uma vez que mantém as suas características intactas.

Os espinafres são ricos em ferro, vitaminas A, B1, B2, B5, C, D, E, K, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, ferro, sódio, enxofre, cloro e silício.

Porém, também são ricos em ácido oxálico, razão pela qual não se aconselha seu consumo cru, especialmente para aquelas pessoas que têm problemas de cálculos renais ou de vesícula, assim como não se aconselha o uso da sua água de cozimento para fazer sopas. Todo espinafre, assim como toda planta rica em ácido oxálico (como as acelgas, as taiobas e outras mais) devem ser cozidas bem, sua água deve ser descartada, não devem ser consumidas requentadas (se sobrou, coma frio) e não devem ser consumidas cruas, apesar de serem bastante saborosas.

O ácido oxálico dificulta a absorção do ferro, maior riqueza dos espinafres, pelo que vale temperá-lo com limão ou vinagre, ácidos, para aumentar a disponibilidade deste mineral. Pela sua riqueza em ferro, espinafres são usados nas medicinas populares para tratar pessoas com anemia e desnutrição. Mas, seu excesso em ferro não o faz uma hortaliça adequada para aquelas pessoas que sofrem de hipertensão arterial assim como, já o dissemos acima, seu conteúdo em ácido oxálico o faz inadequado para as pessoas que sofrem dos rins ou vesícula.

Como cultiva-lo em sua horta

1. A hortaliça é fácil de plantar, pois não exige muito espaço. Uma opção para locais com pequena área disponível é o uso de caixas com altura de 20 a 25 centímetros ou você pode plantar em vasos ou jardineiras.

2. O espinafre é rústico e tem resistência a muitas pragas e doenças. Contudo, fungos e insetos são seus maiores inimigos. Eles comem as folhas ou sugam a planta. Deixar a horta sempre limpa ajuda a evitar a presença dos invasores.

3. O espinafre tem seu pleno desenvolvimento em regiões com temperatura entre 13°C a 20°C. Quando em temperaturas elevadas é comum seu florescimento precoce.

4. Ao escolher o local para plantio, opte por lugares com a incidência de luz solar direta ou naqueles que contenham sombra parcial durante o dia.

5. Em regiões de clima quente, é necessário que o espinafre seja plantado em locais nos quais, durante as horas mais quentes do dia, ele fique sob sombra.

6. Certifique-se que o solo tenha boa drenagem. E não esqueça de usar o seu composto orgânico do Ciclo!

7. Por não gostar de encharcamentos, procure irrigar o solo de forma que fique sempre e apenas úmido.

8. Quando plantado em horta, respeite o espaçamento entre as mudas. se desejar, você também poderá propagá-lo em vasos.

9. Adube, uma vez por mês, para que as plantas se desenvolvam bem.

10. A colheita das folhas poderá ser feita de 40 a 120 dias após o plantio. Certifique-se de que a planta tenha pelo menos 6 folhas antes de iniciar a retirada.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

A dieta das minhocas de minhocário: uma jornada pelo cardápio ideal

As minhocas de minhocário, cientificamente conhecidas como Eisenia fetida ou minhocas vermelhas, são verdadeiras recicladoras naturais. Quando se trata de alimentação, essas pequenas criaturas têm um apetite voraz por resíduos orgânicos, transformando restos de comida em composto valioso para o solo. Vamos explorar em detalhes o cardápio ideal para as minhocas de minhocário e como suas preferências alimentares contribuem para a compostagem eficiente.

O que as minhocas de minhocário comem

  • Cascas de frutas e vegetais: As minhocas adoram cascas de frutas como maçãs, bananas e melancias, além de cascas de vegetais como cenouras, abobrinhas e pepinos. Esses resíduos são ricos em nutrientes e são facilmente quebrados pelas minhocas.
  • Borras de café e saquinhos de chá: Borras de café e saquinhos de chá usados são uma adição bem-vinda à dieta das minhocas. Eles fornecem nitrogênio e outros nutrientes essenciais.
  • Restos de alimentos cítricos em pouca quantidade: Cascas de cítricos, como limão, cebola e laranja, podem ser oferecidos às minhocas. Evite colocar em grande quantidade.
  • Casca de ovo: Casca de ovo triturada é uma ótima fonte de cálcio para as minhocas, ajudando a regular o pH do sistema.
  • Papel e papelão: Papel não colorido e papelão podem ser adicionados à dieta das minhocas. Certifique-se de rasgá-los em pedaços pequenos para facilitar a decomposição.

O que evitar

  • Carne, laticínios e alimentos processados: Minhocas não digerem bem produtos de origem animal, como carne e laticínios, além de alimentos altamente processados.
  • Alimentos oleosos ou gordurosos: Evite alimentos muito gordurosos, pois eles podem causar problemas de decomposição e atrair pragas.
  • Alimentos condimentados: Alimentos muito condimentados podem ser desagradáveis para as minhocas e afetar a qualidade do composto.

Dicas para uma Dieta Balanceada

Uma dieta balanceada é fundamental para o bem-estar das minhocas e para a eficiência do sistema de compostagem. Aqui estão algumas dicas:

  • Variedade: Ofereça uma variedade de resíduos orgânicos para garantir que as minhocas obtenham uma ampla gama de nutrientes.
  • Tamanho das partículas: Triture ou pique os resíduos em pedaços pequenos. Quanto menor o tamanho, mais fácil será para as minhocas processá-los.
  • Moderação: Alimente as minhocas de acordo com a taxa em que elas conseguem processar o material. Evite superalimentar, o que pode levar ao acúmulo de resíduos não processados.

As minhocas de minhocário têm um apetite saudável por uma variedade de resíduos orgânicos. Oferecer a elas uma dieta balanceada não apenas mantém suas minhocas felizes e saudáveis, mas também resulta em um composto rico em nutrientes para suas plantas e jardins. Ao compreender suas preferências alimentares e ajustar a alimentação conforme necessário, você estará otimizando a compostagem em seu minhocário doméstico.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como cultivar agrião em casa

O agrião da terra é uma planta cientificamente chamada de Barbarea verna que faz parte das espécies da família das Brassicaceae. Uma planta de origem do continente asiático e europeu, mas que pode ser cultivada em qualquer lugar do mundo, desde que apresentando as condições ideais para isso. Popularmente o agrião da terra recebe outros nomes como, por exemplo, agrião de horta, agrião dos jardins, erva dos carpinteiros, agrião de santa bárbara, agrião rinchão, erva de santa bárbara, erva de são julião, entre outros. Esses nomes vão variar de acordo com o local que o agrião da terra for cultivado.

Quando floresce, esta planta atinge de 30 a 90 cm de altura, mas durante seu período útil de cultivo geralmente não ultrapassa os 15 cm de altura. Suas folhas têm um agradável sabor e podem ser consumidas cruas em saladas e sanduíches, ou podem ser utilizadas em sopas e outras receitas culinárias.

O cultivo do agrião da terra deve ser feito preferencialmente em solo fértil, rico em matéria orgânica, com irrigação regular e sempre sob o sol pleno. É muito importante, na hora do plantio, aumentar bem a quantidade de substrato que vai a terra para facilitar bem a germinação e o crescimento da planta. Se você quiser, pode plantar o seu agrião da terra, diretamente no solo, em canteiros ou sementeiras que ele se desenvolve bem. No caso da sementeira, é bom cultivar apenas se você fizer um transplante posteriormente. Em climas mais quentes, cultive em sombra parcial com uma boa luminosidade.

A germinação do agrião da terra é irregular, as sementes podem germinar em menos de uma semana, mas também podem permanecer dormentes por um longo período de tempo.

O espaçamento entre as sementes podem ser de 10 a 20 cm entre as plantas. O agrião-da-terra também pode ser facilmente cultivado em vasos e jardineiras. Há a possibilidade de cultivo para produção de brotos também.

O tempo de colheita é de a partir de 60 dias se for cultivada no verão e a partir de 80 dias se for cultivada no inverno.

O uso das sementes desta planta tem propriedade benéficas no tratamento do reumatismo e da artrite por conter ácidos graxos insaturados mantendo as articulações lubrificadas.

Também tem efeitos benéficos no funcionamento do fígado, na regulação do ácido úrico, tuberculose, raquitismo, pedras no rins, cistites e diminui o efeito tóxico do consumo do tabaco. É ainda indicado como digestivo e diurético.

O suco fervido da planta com leite elimina o catarro e para combater a bronquite é só misturar com mel.

E podemos usar as folhas de agrião de modo geral quando é broto em saladas, sopas, sanduíches, refogados e purés. É rico em vitamina A, vitaminas do complexo B , Vitamina C , fósforo, ferro, iodo e enxofre.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Conheça a Fazenda Anauá, vencedora do 7° Prêmio Fazenda Sustentável

Em julho de 2023, ocorreu a 7ª edição do Prêmio Fazenda Sustentável, promovido pela Globo Rural, que reconheceu o compromisso com as boas práticas agropecuárias. O evento de premiação teve lugar em São Paulo e contou com a presença de 150 convidados, incluindo produtores rurais, líderes do setor agropecuário e representantes de diversas cadeias produtivas.

Na categoria ‘Pequenas propriedades’, a Fazenda Anauá, localizada em Caravelas (BA), foi agraciada como a mais sustentável do Brasil. Hudson Freire Laviola Filho, sócio-proprietário da fazenda, demonstrou sua satisfação com o reconhecimento: “Estou muito feliz de estar aqui. São grandes projetos, não só porque o Brasil precisa, mas o mundo. Temos a maior riqueza do planeta. O que a gente precisa é incentivo para continuar”, destacou ele, acrescentando que o prêmio serve como estímulo para futuros projetos.

Nesta edição, o Prêmio Fazenda Sustentável avaliou 44 propriedades rurais de diferentes regiões do Brasil em suas atividades ambientais, sociais e econômicas. O evento contou com o apoio da Fundação ECO+ e Rabobank, e patrocínio da Cargill.

Aprender manejo correto faz família triplicar produção de hortaliças

Valdomiro Monteiro Macedo viu sua produção de hortaliças mudar quando a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar chegou à sua propriedade em Macapá (AP). O produtor e a esposa Vânia Lúcia começaram a produzir e a comercializar hortaliças na área rural da capital amapaense, mas as coisas não iam muito bem.

“A vida do produtor não é nada fácil, o serviço é de domingo a domingo, para onde olhar tem. No começo foi muito difícil”, conta Valdomiro Macedo.

De acordo com o técnico de campo que atende o casal, Emerson Leitão Bessa, o principal erro da produção era o excesso de adubação. “O produtor usava uma quantidade muito grande de adubo, além do ataque muito grande de pragas. Foi daí que fizemos alguns cálculos para ele melhorar a eficiência do solo”, disse.

Além da correção de solo, o técnico orientou o produtor a criar galinha caipira para usar o esterco para compostagem e, com isso, ter uma produção mais natural e um produto com mais qualidade.

“Também trabalhamos a parte de comercialização e a diversificação da produção com o plantio de algumas espécies de frutas”, completa Bessa.

Mudanças feitas, a produção triplicou e além das feiras e comércios da região, o casal passou a vender para restaurantes, escolas, cozinha industrial e a fazer entregas em domicílio três vezes por semana.

“Temos esse diferencial que é o direto do produtor até o consumidor final. Isso é muito bom, tem preço e qualidade”, avalia Waldomiro Macedo.

Agora, com o resultado das vendas, os produtores estão construindo uma casa maior para a família e também compraram um lote para ampliar a produção de hortaliças, passando de um para três hectares, além de gerar empregos na região, com a contratação de funcionários para conseguir atender a demanda.

Fonte: Portal Sou Agro

Agroecologia será tema de projeto para programa de extensão em universidades do Paraná

O Governo do Estado do Paraná publicou a lista com cem propostas de extensão universitária classificadas no programa Universidade Sem Fronteira (USF) 2023/2024. São 84 projetos das sete universidades estaduais e 16 de outras instituições públicas e privadas. Nesta edição, serão aplicados R$ 10,2 milhões em ações das áreas de saúde, educação, agroecologia, inclusão social, inovação e diversidade cultural. Ao todo, foram avaliadas 180 propostas. Os recursos são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, dotação administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O montante será destinado, integralmente, ao custeio de bolsas de estudos para professores, estudantes de graduação, alunos de iniciação à pesquisa e extensão e profissionais recém-formados.

O USF é reconhecido como política pública de Estado, amparado pela Lei nº 16.643/2010, com foco na disseminação de conhecimento por meio de projetos de extensão que priorizam o desenvolvimento de comunidades em situação de vulnerabilidade social. As ações são executadas, predominantemente, em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e em periferias de grandes centros urbanos. As propostas classificadas em 2023 devem beneficiar 166 municípios de todas as regiões do Paraná. Segundo o coordenador do Fundo Paraná, Luiz Cézar Kawano, as atividades de extensão, associadas à pesquisa e ao ensino, fortalecem a função social das instituições de ensino superior. “A mudança social é uma premissa da extensão universitária, de forma que o governo tem buscado promover, cada vez mais, a produção científica e tecnológica voltada para a melhoria da qualidade de vida da população paranaense, fazendo cumprir a função social e aproximando as universidades das comunidades nos entornos dos câmpus”, afirma. Os proponentes terão até 12 de junho para realizar eventuais ajustes nos projetos classificados e respectivos planos de trabalho. Os termos jurídicos firmados entre a Seti e as instituições contempladas terão vigência de 16 meses, com previsão de um ano para a execução das atividades de extensão.

Nesta edição do USF, as universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM) tiveram 13 projetos classificados cada. As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) contam com 12 propostas selecionadas (cada). A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) teve 10 ações classificadas para receber o apoio do programa. Entre as demais instituições, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve cinco propostas classificadas. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) somam três projetos selecionados cada. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Instituto Integrado de Ciência e Tecnologia (IN2) tiveram um projeto habilitado para o apoio do USF. Já o Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (Iceti) conta com duas propostas classificadas.

Em 2022, foi lançada a Política de Extensão Universitária para as instituições estaduais de ensino superior do Paraná, com foco na transformação social e no desenvolvimento regional sustentável. A normativa orienta as diferentes ações extensionistas e possibilita a atuação estratégica e multidisciplinar das sete universidades estaduais, inseridas nos cenários regional, nacional e internacional.

Fonte: Portal Sou Agro

Manejo de pragas e doenças em hortas

O ataque de pragas e doenças é um dos maiores problemas enfrentados por pequenos ou grandes produtores de hortaliças. Algumas plantas podem ser atacadas por dezenas ou até uma centena de doenças. Da mesma forma, algumas pragas podem atacar dezenas ou até centenas de espécies de plantas.

O uso de agrotóxicos para combater doenças e pragas nem sempre é a melhor opção, principalmente em pequenas áreas. Afinal, além de custarem caro, a aplicação errada desses produtos pode representar riscos de contaminação ao aplicador, aos alimentos e ao ambiente.

As doenças podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Essas criaturinhas são chamadas pelos cientistas de patógenos e só podem ser vistas com o uso de microscópio. Mas os estragos que elas causam nas raízes, no caule, nas folhas e nos frutos das plantas são bem conhecidos pelo produtor. Mas não são apenas esses patógenos que causam as doenças. A falta ou o excesso de luz, de água e de adubação também podem prejudicar a saúde das hortaliças.

Muitas vezes, os sintomas das doenças são parecidos e o produtor tem dificuldade para saber o que está afetando sua plantação. Sem o diagnóstico correto, o agricultor não saberá quais as medidas necessárias para enfrentar o problema. Por isso, ele deve buscar informações em livros e na assistência técnica de sua região.

No caso das pragas, é preciso dividi-las em dois tipos: aquelas que transmitem doenças para as plantas, como a mosca-branca, tripes e pulgão, e aquelas que danificam e impedem o crescimento das hortaliças, como a vaquinha, as lagartas e as formigas. Mas nem todo inseto é praga.

Há também aqueles que são amigos do produtor, pois comem as ovas e os insetos que fazem mal à planta. Em áreas pequenas, o produtor pode controlar pragas como a vaquinha com a catação manual. Para isso, ele deve colocar os insetos em um recipiente e depois fechar. No caso de outras pragas que deixam ovas nas folhas, como o pulgão, o agricultor pode fazer o esmagamento com o dedo.

O produtor deve, primeiro, escolher bem o local da horta. O produtor deve colocar a horta em local que tenha bastante luz e evitar áreas encharcáveis. Outro cuidado diz respeito à irrigação: o produtor deve evitar o excesso de irrigação que é um dos principais facilitadores dos ataques de várias doenças e pragas.

As mudas merecem um cuidado especial. Mais frágeis, elas são mais suscetíveis ao ataque de pragas que as plantas adultas. Além disso, uma muda contaminada pode levar doenças ao campo quando transplantada. Por isso, as mudas devem ser produzidas em ambiente controlado, que pode ser sofisticado, como uma casa de vegetação, ou bem simples, como uma gaiola montada com pedaços de madeira e uma tela apropriada para conter insetos, que pode ser comprada em casas agropecuárias.

Fonte: Portal Sou Agro

Adubo orgânico aumenta produtividade de banana e pode auxiliar no combate a pragas

Um adubo orgânico aumenta a produtividade de banana e pode auxiliar na supressão de pragas e doenças. Composto produzido a partir de lodo de esgoto também é sustentável, tem excelente custo-benefício e capacidade para substituir em até 50% o uso dos minerais. Produtores da fruta poderão conhecer o insumo na Feibanana 2023.

Os adubos orgânicos fabricados a partir do reaproveitamento de resíduos têm despertado cada vez mais o interesse do setor agrícola devido ao seu desempenho, em consorcio aos minerais, em diversas culturas. No caso da banana, esses fertilizantes promovem a padronização dos cachos, melhoram a produtividade e auxiliam na supressão de doenças. Dentre os exemplos desse tipo de insumo, a linha Tera Nutrição Vegetal tem como diferencial sua produção a partir da compostagem, principalmente do lodo obtido no tratamento dos esgotos e de outros resíduos orgânicos.

Os agricultores da maior região produtora de banana do Brasil terão a oportunidade de conhecer um pouco desses benefícios na 11ª Feira Nacional da Bananicultura (Feibanana 2023), promovida pela Abavar (Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira). Mostra será realizada no Centro de Eventos de Pariquera-Açu, de 9 a 11 de maio, e contará com a participação da Tera. No local, técnicos da empresa apresentarão os fertilizantes, responderão as dúvidas e entregarão brindes e amostras do adubo aos produtores.

“Nosso objetivo no evento será mostrar os ganhos que os fertilizantes orgânicos Tera Nutrição Vegetal agregam ao cultivo da banana, propiciando bons resultados. Eles suprem parte significativa da demanda de nutrientes das culturas nas quais são empregados. Vale lembrar que esses adubos contribuem muito para a melhoria das características químicas, físicas e biológicas dos solos, aumentando a eficiência e aproveitamento dos fertilizantes minerais, podendo reduzir seu consumo em até 50%, dependendo do manejo”, salienta Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e responsável técnico pelos produtos.

Os fertilizantes da Tera são ambientalmente sustentáveis, pois têm origem na reciclagem de resíduos orgânicos urbanos, industriais e agroindustriais. O seu grande atributo está no conteúdo de matéria orgânica, substâncias húmicas, microrganismos, macro e micronutrientes.

Desempenho do adubo orgânico na bananicultura

A cultura da banana requer tecnologias, processos variados e manejos específicos para que se tenha qualidade na produção, especialmente quando se trata da preparação e adubação do solo.

Segundo Fernando Carvalho, a bananeira desenvolve-se melhor em solos arenoargilosos, com boa drenagem e supridos com matéria orgânica. Nesse sentido, os adubos orgânicos da Tera Nutrição Vegetal são verdadeiros aliados, visto que proporcionam os seguintes benefícios: fornecem todos os macro e micronutrientes às plantas; ampliam a capacidade do solo em reter nutrientes, evitando perdas e gerando economia na manutenção da área aplicada; são ótimos condicionadores físico e biológico do solo, retendo umidade; ricos em matéria orgânica e substâncias húmicas, estimulando o crescimento das plantas e o surgimento de novas radicelas (performance radicular); promovem supressão a diversos microrganismos fitopatogênicos; e têm efeito residual, mantendo a função biológica prolongada da aplicação.

“Como resultados, os nossos fertilizantes orgânicos proporcionam aumento da produtividade e maior eficiência da adubação mineral. São indicados para manutenção e reposição da matéria orgânica em solos, além de potencializar a formação de radicelas”, ressalta o engenheiro agrônomo da Tera.

Produtores de banana que utilizam o insumo atestam os ganhos agronômicos. Trabalhando com bananicultura há mais de 25 anos, o engenheiro agrônomo e produtor Edson Akira Hazome Hayashi, da cidade de Registro, interior de São Paulo, utiliza os adubos orgânicos da Tera em sua propriedade. “Os resultados foram muito positivos para a cultura. O composto melhorou a estrutura do solo, tornou as adubações mais eficientes e trouxe maior uniformidade no tamanho dos cachos” explica.

O agricultor considera o uso do composto na agricultura muito importante, pois, além de ajudar no desenvolvimento das plantas, contribui para a sustentabilidade, já que, para sua fabricação, são reaproveitados os resíduos orgânicos das indústrias e cidades. Assim, materiais que geralmente iriam para aterros sanitários voltam ao campo, fechando o ciclo produtivo.

Edson Hiroshi Ohia, engenheiro agrônomo e bananicultor na cidade de Sete Barras-SP, também utiliza o adubo orgânico da Tera Nutrição Vegetal. Ele explica que já fazia compostagem na propriedade. Levava de seis meses a um ano para conseguir obter o produto e, mesmo assim, não tinha boa qualidade. “Fiquei impressionado quando vi que os fertilizantes Tera Nutrição Vegetal ficam prontos em 60 dias”.

Segundo ele, a banana-da-terra, uma das variedades cultivadas em sua propriedade, comumente é muito atacada pela broca-do-rizoma, inseto cujo nome científico é Cosmopolites sordidus, sendo necessária a aplicação de defensivos. Depois que iniciou a fertilização da lavoura com o fertilizante da Tera, não precisou mais utilizar inseticida e as mudas que vieram posteriormente conseguiram sobrepor-se à praga, barrando sua interferência na produção.

Além de utilizar o adubo orgânico em sua produção de bananas, o produtor testou o desempenho do composto em plantas ornamentais e na olerícola “Nirá”, pertencente à família da cebola e alho. Nesta última, que normalmente é muito atacada por ferrugem, houve excelentes resultados, eliminando completamente a incidência da doença nas plantas.

Fonte: Portal Sou Agro

Mentoria: Manual da Agrofloresta

Cultive seu alimento de forma eficiente, saudável e abundante

Domine o método capaz de criar florestas produtivas, hortas, frutas, ervas medicinais ou até madeiras nobres. Independente se você tem apenas a varanda de um apartamento, um quintal ou um terreno em larga escala, com este Manual você pode cultivar Sistemas de Abundância.

O Manual da Agrofloresta é um guia prático para o plantio de florestas produtivas.

Mais informações em:
https://manualdaagrofloresta.com.br/

Agricultura regenerativa – Comunidade Luz Figueira

O ‘Setor Plantios’ da Comunidade Luz Figueira desenvolve uma agricultura regenerativa baseada nos princípios ecológicos que respeitam os ciclos da natureza.

Desta forma, trabalha-se a favor da natureza e com ela, buscando nessa interação a regeneração do solo e a criação de condições para que o plantio se dê de forma equilibrada e por consequência, a colheita seja abundante e supra a necessidade de abastecimento alimentar da Comunidade-Luz.

Fonte: Canal Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI) / YouTube

 

Instituto Escolhas

O Instituto Escolhas é uma associação civil sem fins econômicos, fundada em agosto de 2015, para qualificar o debate sobre sustentabilidade por meio da tradução numérica dos impactos econômicos, sociais e ambientais das decisões públicas e privadas.

Seu objetivo é produzir estudos, análises e relatórios que amparem novas leituras e argumentos capazes de superar a polarização ideológica das escolhas conflituosas do planejamento, permitindo a construção de soluções para viabilizar o desenvolvimento sustentável.

Saiba mais em: escolhas.org

Instagram: @institutoescolhas

Rede Xique Xique de Comercialização Solidária

Xique Xique é uma rede de comercialização solidária em Mossoró (RN) que tem como missão produzir, comercializar e fomentar a articulação em rede na perspectiva da agroecologia e da economia solidária.

O projeto é fruto de um amplo processo de construção coletiva, com a contribuição de um conjunto de organizações da sociedade civil que atuando em diferentes áreas, luta pela autonomia e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade.

Saiba mais em:
redexiquexique.resf.com.br

Instagram: @redexiquexique

Projeto Prato Verde Sustentável

Criado em 2013 pelo educador ambiental Wagner Ramalho, o Prato Verde Sustentável nasceu da experiência adquirida no projeto “Cre-Ser: germinando cidadania”, do conhecimento teórico adquirido no curso em Gestão Ambiental da Faculdade Metropolitana Unidas (FMU) e da necessidade de conciliar a teoria aprendida em sala de aula com atividades práticas que pudessem contribuir para efetiva transformação nas periferias da cidade de São Paulo e na melhoria da qualidade de vida da população.

Hoje a organização de impacto socioambiental atua com a manutenção de uma plantação agroecológica em uma área antes subutilizada, proporcionando alimentos orgânicos, treinamentos e vivências ecológicas.

Saiba mais em:
pratoverdesustentavel.com.br

Instagram:
@pratoverdesustentavel

Documentário Antes do prato

Você conhece o rosto de quem produz seu alimento?

O documentário ‘Antes do Prato’, produzido pelo Greenpeace, conta a história de quatro experiências em agroecologia, a partir das vivências de quem protagoniza a produção e o acesso a alimentos saudáveis enquanto preserva a natureza. Foram percorridas três regiões do Brasil para registrar os conhecimentos, práticas e modos de vida de indivíduos e comunidades envolvidos com um modelo de produção socialmente justo, livre de agrotóxicos e baseado nas relações de cuidado e respeito.

O filme revela uma intensa e potente mobilização social para combater a fome e promover a saúde da população brasileira. As histórias retratam como a agricultura familiar de base agroecológica vem criando pontes entre a cidade e o campo para propor uma revolução em rede, conectada, solidária. Uma revolução que já está em andamento.

Saiba mais em:
https://antesdoprato.org.br/

Saiba o passo a passo de como produzir húmus de minhoca

O húmus de minhoca é um adubo natural muito recomendado para a agricultura, especialmente para a produção orgânica. A formação de húmus na floreta acontece de forma natural com a decomposição de folhas e galhos. A minhoca também produz húmus, um substrato muito parecido com terra e rico em nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio e outros elementos importantes parta nutrição das plantas.

O Técnica Rural especial Família Nação Agro traz o passo a passo para produção do húmus, com recomendações técnicas para a construção de um minhocário até a aplicação do húmus na lavoura.

Veja a matéria completa em:
https://www.nacaoagro.com.br/noticias/conheca-o-passo-a-passo-de-como-produzir-humus-de-minhoca/

Videoaula – Sistemas Agroflorestais (SAFs) – Módulo 1

O primeiro video da série de quatro módulos sobre SAFs – Sistemas Agroflorestais.

Neste, você vai conhecer o que são SAFs, porque esse sistema é tão importante para a proteção ambiental e segurança alimentar, e como é possível desenvolver na sua propriedade.

O video é destinado a quem é pequeno produtor rural e quer desenvolver o SAF em seu espaço.

Fonte: Canal do Ipê / YouTube

Como medir o Brix de nossos cultivos, um indicador da saúde e vitalidade de nossas plantas

O que é Brix?

Por volta de 1800 o Professor Adolf F. W. Brix foi o primeiro a medir a densidade do suco das plantas. No século passado esse termo foi popularizado pelo norte americano, Carey Reams. Brix é a porcentagem de sólidos presentes no suco das plantas, como açúcares (sacarose, frutose, glicose etc), vitaminas, minerais, aminoácidos, proteínas, hormônios e outro sólidos.

Que parte da planta é usada para fazer uma leitura de Brix?

Qualquer parte que você come, desde que esteja madura. Se não estiver madura, pegue as folhas maduras mais recentes que receberam luz solar plena por pelo menos duas horas. Idealmente, as medições devem ser feitas na mesma hora do dia ao longo da estação de crescimento para as comparações serem válidas. Um dos nutrientes mais importantes que aumenta com leituras de brix alto é o cálcio. De acordo com o Dr. Reams, os níveis de cálcio na produção aumentam e diminuem proporcionalmente aos níveis brix. Além do aumento dos níveis de cálcio, os alimentos com alto brix também fornecem mais minerais como cobre, ferro e manganês, por exemplo.

Para mais detalhes sobre brix veja o site: https://highbrixgardens.com/

Fonte: CEPEAS / YouTube

Solo, território e soberania alimentar – Aula magna com Sebastião Pinheiro

O Professor Sebastião Pinheiro possui uma carreira acadêmica extensa e há décadas ligada a atividades junto às populações desprivilegiadas e movimentos sociais. Estudou em Jaboticabal (SP), graduou-se na Argentina e fez pesquisas na Alemanha, em Toxicologia e Poluição Alimentar e Meio Ambiente. Foi professor na Universidade Federal do Rio Grande do SUL (UFRGS), junto ao Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas. É autor e coautor de diversos livros como “Ladrões da Natureza” e “Saúde do solo versus agronegócios”. Tem participação no desenvolvimento de políticas públicas e discussões sobre agricultura em nível nacional e internacional.

Sebastião Pinheiro é reconhecido mundialmente pela sua empatia, dedicação e ativismo em prol de uma vida mais digna para os campesinos e a agricultura familiar. Especializado em Toxicologia, Poluição Alimentar e Meio Ambiente, Sebastião é incansável na missão de educar, articular, fortalecer e instrumentalizar as produtoras rurais, comunidades tradicionais e indígenas na construção da soberania alimentar. Mais recentemente Sebastião comemorou sua jornada de vida com o livro “Agroecologia 7.0”, que traz conteúdos atualizados sobre farinhas de rochas, biofertilizantes, biochar e agrohomeopatia, abordando também as relações necessárias para a promoção da saúde do solo e a importância dos seres ultrassociais para a construção da agricultura. O saber camponês e a espiritualidade também são tratados ao longo das 663 páginas do livro.

Fonte: Eurico Vianna / Canal no YouTube

 

Manejo agroecológico de bananeiras

A bananeira é uma das espécies mais cultivadas no mundo, por conta principalmente do apreço pelos seus frutos e pela razoável facilidade de manejo.

Além de seus frutos, a bananeira pode ser praticamente aproveitada como um todo: há usos para suas folhas (produção de fibra), pseudo-caule (extração do “palmito”), “coração” e suas flores, além dos múltiplos usos de seus frutos (banana chips, biomassa de banana verde, vagem da casca – como alimentos).

O manejo básico do bananal consiste na manutenção de cultivo pouco agregado, retirada de folhas secas, amareladas ou com sinais de doenças, produção de matéria orgânica sobre o solo a partir da capina frequente, e adubação orgânica.

Esta produção audiovisual é atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica), executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços (www.pluralcooperativa.com.br).

Filmado em janeiro de 2022.
Direção & Fotografia: Beto Campos
Edição: Adriana Borges
Roteiro: Suzana Vaz
Agradecimentos: Fazenda dos Coqueiros

Fonte: Plural Cooperativa / Canal no YouTube

Os segredos para cultivar um berço agroflorestal produtivo

Neste video, Gabriel Jacob mostra todos os processos de como se faz um berço agroflorestal.

Esse sistema, rápido e prático, reúne todos os princípios da agrofloresta em uma forma de cultivo compacto, em um espaço de apenas 1 metro quadrado, otimizando a preparação, o cultivo e a manutenção dessa mini-agrofloresta. Excelente para espaços pequenos.

Fonte: Essência Agrofloresta / Canal do Youtube

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Série Geração Agrofloresta – 3: O mapa

Episódio 3 da série produzida por Antônio Gomides.

Você precisa compreender uma coisa: tudo na agrofloresta é sobre compreender o tempo certo das coisas.

Não importa se você está só começando ou já é um agroflorestor(a) experiente.

Não importa se você quer plantar para consumo próprio ou para comercialização.

Se você quer colher abundância nesse mundo, a sua prioridade tem que ser aprender o tempo certo das coisas. E, no mundo da agrofloresta, só prospera quem tem um norte.

Então, se você quer ter o resultado que deseja, você precisa dominar essa arte ao ponto de conseguir construir um plano.

E é exatamente isso que eu vou te ensinar a fazer daqui a pouco enquanto eu te mostro o mapa da abundância.

Não quer perder este episódio que com certeza vai virar uma chave?

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

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Série Geração Agrofloresta – 2: O Manejo

Episódio 2 da série produzida por Antônio Gomides.

No segundo episódio da Série Geração Agrofloresta, eu vou simplificar ao máximo o processo do Manejo. Meu objetivo hoje é fazer com que você saia da aula dominando sabendo exatamente quando manejar e o passo a passo de como fazer a leitura da sua área pra um manejo eficiente.

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

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Quando podar? Como a poda influencia na frutificação

Todas as árvores frutíferas que fazem parte de nossa alimentação evoluíram em florestas, seja o café que veio da África, o cacau, nativo da Amazônia, a manga e citrus da Ásia etc.

As árvores quando foram trazidas para o convívio com o ser humano, não estavam sozinhas em seus lugares de origem, viviam e coevoluíram com florestas, com dezenas, centenas de outras espécies, em consórcios naturais.

Cultivar nossa frutíferas resgatando esse ambiente, nos obriga a entender como acontece a frutificação nesses lugares. Ernst Götsch desvendou esses mecanismos e mostrou que a poda desempenha um papel crucial.

Se buscamos recriar nossas florestas e torná-las produtivas, temos que entender esses mecanismos.

Neste filme, Ernst Götsch explica qual o melhor momento da poda para a indução floral de nossas árvores frutíferas. Uma aula pra ficar pra história.

Parte 1

Parte 2

Fonte: CEPEAS (YouTube)

Agricultores transformam deserto em floresta no Semiárido brasileiro

Uma mancha esverdeada se destaca na paisagem ondulada dos arredores de Poções, pequeno município no Semiárido baiano.

Ali, a profusão de cactos, suculentas e árvores da Caatinga contrasta com a pastagem degradada e os solos nus do entorno.

O responsável pelo “oásis” é o engenheiro aposentado Nelson Araújo Filho, de 66 anos.

Sentado na sombra de um umbuzeiro, Araújo conta que por muitos anos aquela área, que pertence a seu pai, abrigou roças de milho e aipim. Depois, virou pasto para gado.

Mas os anos de uso intensivo esgotaram o solo e o deixaram em vias de virar deserto — fenômeno que atinge cerca de 13% das terras do Semiárido brasileiro, segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas.

Araújo começou a reverter o processo há três anos com a implantação de um sistema agroflorestal em 1,8 hectare, área equivalente a dois campos de futebol.

O método, que tem sido adotado em várias regiões brasileiras e do mundo, se espelha no funcionamento dos ecossistemas originais de cada região.

Araújo é “aluno” do suíço Ernst Gotsch, que migrou para o Brasil nos anos 1980 e é um dos principais difusores dos sistemas agroflorestais no Brasil.

Ele transformou sua propriedade de 500 hectares em Piraí do Norte (BA), antes muito degradada, em um exemplo de recuperação, levando muitas pessoas e até empresas multinacionais a procurarem Gotsch para ajudá-las em seus plantios.

Neste vídeo, nosso repórter João Fellet foi encontrar ambos no semiárido para mostrar como, nas palavras de Gotsch, é possível introduzir florestas e “plantar água” em terras em processo de desertificação.

Reportagem em texto:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59157682

Fonte: BBC News Brasil / YouTube

 

Curso de Meliponicultura (online)

Público

Pessoas que estão iniciando a atividade de criação de abelhas.

Objetivos de aprendizagem

  • Conhecer a biologia das abelhas sem ferrão
  • Conhecer e aprimorar as técnicas de manejo dessas abelhas
  • Possibilitar a pessoas interessadas na criação a iniciarem sua atividade, seja como forma de lazer ou como fonte de renda
  • Sanar dúvidas relacionadas à biologia e ao manejo dessas abelhas

Conteúdo e distribuição do curso

  • Módulo I: Quem são as abelhas sem ferrão?
  • Módulo II: Biologia geral das abelhas sem ferrão
  • Módulo III: Por que criar abelhas sem ferrão?
  • Módulo IV: Técnicas de manejo de abelhas sem ferrão.

Carga horária

12 horas

Período de realização

O participante terá 30 dias para conclusão do curso, a contar da data de sua inscrição.

Investimento

Gratuito

Mais Informações

Acesse o site do evento: https://www.embrapa.br/e-campo/meliponicultura

Ou envie um e-mail para: anibal.santos@embrapa.br

 

contato@ecoagri.com.br